Pequim, abafada por uma onda de calor extremo, deve chegar a 40 graus Celsius, no sábado (24), pelo terceiro dia, com temperaturas escaldantes já atingindo uma área do tamanho da Califórnia, no norte da China.
Em Pequim, entre 1990 e 2020, o número médio de dias com temperaturas de 35°C ou mais foi de 10,6, informou o jornal oficial Beijing Daily, citando dados oficiais.
Junho ainda não acabou e esse número já foi superado, disse o jornal, depois que as temperaturas em Pequim ultrapassaram 35°C pelo 11º dia deste ano, no sábado (25).
Partes de Hebei, Henan, Shandong, Mongólia Interior, Tianjin e Pequim elevaram ou mantiveram o alerta de clima quente em “vermelho”, o mais alto no sistema de alerta de quatro níveis da China.
Alerta vermelho
No sistema de código de cores, o vermelho é o mais severo, seguido pelo laranja, amarelo e azul. Um alerta vermelho significa que a temperatura pode exceder 40°C em 24 horas.
Às 13h13 (horário local), uma área combinada do tamanho da Califórnia – ou 450 mil quilômetros quadrados – registrou temperaturas acima de 37°C, segundo a mídia local.
“A onda de calor do ano passado dá uma ideia dos riscos para o suprimento de alimentos da China e o impacto potencial nos preços”, escreveu a Capital Economics, em nota, na sexta-feira (23).
“Outra seca prejudicaria o rendimento das colheitas, enquanto o gado é vulnerável a altas temperaturas. Mesmo que um resultado semelhante seja evitado este ano, a mudança climática significa que tais eventos provavelmente ocorrerão com frequência crescente no futuro”.
Fatores atmosféricos
As ondas de calor, a segunda em cerca de 10 dias, foram causadas por massas de ar quente associadas a picos de alta pressão na atmosfera. O efeito foi amplificado por nuvens finas e longas horas de luz do dia em torno do solstício de verão, de acordo com meteorologistas chineses.
Na sexta-feira (23), Pequim passou por temperaturas de até 40,3°C, depois de atingir 41,1°C na quinta-feira (22), o segundo dia mais quente registrado pela capital chinesa nos tempos modernos.
Até esta semana, a cidade de quase 22 milhões de habitantes nunca registrou dois dias consecutivos acima de 40°C desde a instalação de seu principal observatório nos subúrbios do sul em 1951.
A máxima histórica de Pequim de 41,9°C registrada em 24 de julho de 1999 permanece intacta por enquanto.
As autoridades de Pequim disseram que as escolas podem reduzir ou mesmo suspender as aulas se o tempo ficar muito quente.
Espera-se que as ondas de calor no norte da China diminuam, na segunda-feira (26), antes de recuperar o fortalecimento no final da semana.
Fonte: Reuters
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