O Conselho e Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) aprovou, na quarta-feira (15), a resolução de Malta, que foca na proteção de crianças em Gaza e em pausa humanitária de dias.
Foram 12 votos a favor, nenhum contra e três abstenções, dos Estados Unidos, da Rússia e do Reino Unido.
Essa foi a primeira resolução aprovada no Conselho de Segurança desde o começo da guerra entre Israel e Hamas, iniciada em 7 de outubro. Outros quatro textos já havia sido apresentados: dois da Rússia, um dos Estados Unidos e um do Brasil – vetado pelos norte-americanos.
Antes da votação, Vanessa Frazier, embaixadora de Malta na ONU, falou sobre o projeto e pediu que os países apoiassem o projeto. “Gaza está se tornando um cemitério. O projeto oferece esperança e garantia de luz ao pesadelo as famílias afetadas”, declarou. “Fizemos esforço para conseguir um texto balanceado e funcional. Ele tem como foco a questão humanitária e a resolução garante corredores ao longo da Faixa de Gaza para garantir que a ajuda chegue e que serviços importantes para o bem-estar dos civis sejam mantidos”, explicou a embaixadora de Malta, enfatizando que seu país segue comprometido com as questões das crianças.
Antes da votação da resolução proposta por Malta, houve a análise de uma emenda proposta pela Rússia que pedia um cessar-fogo imediato. O texto, contudo, foi rejeitado, pois, além de não obter os votos necessários, os EUA, membro permanente do colegiado, vetaram a proposta.
Isto ocorre depois que o presidente dos EAU, Mohammed bin Zayed, anunciou na semana passada que construiria “em várias etapas” um hospital de campanha dos Emirados dentro da Faixa de Gaza, uma medida dedicada a aliviar a carga sobre os poucos centros médicos que continuam operando no enclave palestino.
Hospital e campanha
Segundo informou a agência de notícias oficial dos Emirados “WAM”, o hospital terá capacidade para 150 leitos, ao mesmo tempo que contará com departamentos de cirurgia geral, ortopedia, pediatria e ginecologia, bem como unidades de anestesia e cuidados intensivos. Terá também clínicas de medicina interna, psiquiatria e medicina familiar, bem como laboratório e uma farmácia.
Nas últimas semanas, hospitais na península do Sinai, no Egito, receberam palestinos feridos cuja transferência de Gaza foi coordenada em paralelo com a evacuação de cidadãos estrangeiros e habitantes de Gaza com dupla nacionalidade.
A informação sobre a transferência de crianças feridas para os Emirados coincide com uma “operação seletiva” por parte do Exército israelense no hospital Al-Shifa, o mais importante da Faixa, que há vários dias ficou sem eletricidade, água potável e alimentos e abriga cerca de 3 mil pessoas, incluindo deslocados, pessoal médico e pacientes.
A situação do Al-Shifa agrava ainda mais a crise sanitária no enclave, especialmente no norte, onde, segundo a ONU, resta apenas um hospital em funcionamento. “Todos os hospitais na cidade de Gaza e no norte de Gaza estão fora de serviço devido à falta de eletricidade, suprimentos médicos, oxigênio, alimentos e água, além de bombardeios e confrontos nas áreas circundantes”, informou o Escritório de Coordenação de Ajuda Humanitária da ONU.
Fonte: AFP
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