Israel e o Hamas chegaram a um acordo de última hora, na quinta-feira (30), para estender o cessar-fogo de seis dias por mais um dia, para permitir que os negociadores continuem trabalhando em acordos para trocar reféns mantidos em Gaza por prisioneiros palestinos.
A trégua permitiu a entrada de ajuda humanitária muito necessária em Gaza, depois de grande parte do território costeiro de 2,3 milhões de habitantes ter sido reduzido a terreno baldio pelo bombardeamento de Israel em resposta a um ataque mortal perpetrado por militantes do Hamas em 7 de Outubro.
“À luz dos esforços dos mediadores para continuar o processo de libertação dos reféns e sujeito aos termos do enquadramento, a pausa operacional continuará”, afirmaram os militares israelitas num comunicado, divulgado minutos antes de a trégua temporária expirar. às 05:00 GMT.
O Hamas, que libertou 16 reféns em troca de 30 prisioneiros palestinos, na quarta-feira (29), disse em comunicado que a trégua continuaria pelo sétimo dia.
Ataque terrorista
Pouco depois do acordo, a polícia israelita disse que dois agressores palestinianos abriram fogo numa paragem de autocarro durante a hora de ponta da manhã, na entrada de Jerusalém, matando duas pessoas e ferindo outras oito. Ambos os atacantes foram “neutralizados”, disse.
“Dois terroristas chegaram ao local num veículo armado com armas de fogo, estes terroristas abriram fogo contra civis na estação rodoviária e foram posteriormente neutralizados pelas forças de segurança e por um civil próximo”, disse a polícia.
Cessar fogo
As condições do cessar-fogo, incluindo a suspensão das hostilidades e a entrada de ajuda humanitária, permanecem as mesmas, segundo um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar. O Qatar tem sido um mediador fundamental entre os lados em conflito, juntamente com o Egito e os Estados Unidos.
Antes do acordo, tanto Israel como o Hamas disseram que estavam se preparando para retomar os combates, enquanto as negociações sobre o próximo lote de reféns a serem libertados chegavam a um impasse.
“Há pouco tempo, Israel recebeu uma lista de mulheres e crianças de acordo com os termos do acordo e, portanto, a trégua continuará”, disse o gabinete do primeiro-ministro israelense em um comunicado no momento em que a trégua estava prestes a expirar.
O Hamas disse anteriormente que Israel se recusou a receber mais sete mulheres e crianças e os corpos de outros três reféns em troca da extensão da trégua.
O Hamas não revelou os nomes dos mortos, mas disse que uma família de três reféns israelenses, incluindo o refém mais jovem, Kfir Bibas, de 10 meses, morreu durante o bombardeio israelense ao enclave.
Impulso diplomático
Israel jurou aniquilar o Hamas, que governa Gaza, em resposta ao ataque perpetrado pelo grupo militante em 7 de Outubro, quando Israel afirma que homens armados mataram 1.2 mil pessoas e fizeram 240 reféns.
Antes da trégua, Israel bombardeou o território durante sete semanas e matou mais de 15 mil palestinos, segundo autoridades de saúde da faixa costeira.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, chegou a Tel Aviv, na quinta-feira (30), sua terceira viagem à região desde o ataque de 7 de outubro, para discutir a extensão da pausa nos combates, a ajuda humanitária e a troca de mais reféns.
Noventa e sete reféns foram libertados desde o início da trégua, segundo contagem. Os militares israelenses afirmam que 145 reféns permanecem em Gaza.
Na noite de quarta-feira (30), dois cidadãos russos e quatro cidadãos tailandeses foram libertados fora do âmbito do acordo, enquanto os dez cidadãos israelitas libertados incluíam cinco cidadãos com dupla nacionalidade, disseram as autoridades. Eles eram um cidadão holandês com dupla cidadania, que também é menor de idade, três cidadãos alemães com dupla cidadania e um cidadão americano com dupla cidadania.
O presidente dos EUA, Joe Biden, estava determinado a garantir a libertação de todos os reféns detidos pelo Hamas depois que o americano Liat Beinin foi libertado na quarta-feira, disse a Casa Branca em um comunicado.
Os EUA estão instando Israel a estreitar a zona de combate e esclarecer onde os civis palestinos podem buscar segurança durante qualquer operação israelense no sul de Gaza, disseram autoridades dos EUA, para evitar uma repetição do enorme número de mortos nos ataques de Israel no norte de Gaza.
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, alertou na quarta-feira que a Faixa de Gaza estava no meio de uma “catástrofe humanitária épica”, e ele e outros pediram um cessar fogo para substituir a trégua temporária.
A Jordânia sediará uma conferência com a participação das principais agências humanitárias da ONU, regionais e internacionais na quinta-feira para coordenar a ajuda a Gaza, informou a mídia oficial.
A China pediu ao Conselho de Segurança que formulasse um cronograma e um roteiro “concretos” para uma solução de dois Estados para alcançar uma solução “abrangente, justa e duradoura” para a questão palestina.
Fonte: Agência Reuters
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