A Rússia disse, neste sábado (29), que a implantação acelerada de armas nucleares táticas B61 norte-americanas modernizadas em bases da Otan na Europa reduziria o “limite nuclear” e que a Rússia levaria a medida em consideração em seu planejamento militar.
A invasão russa da Ucrânia desencadeou o confronto mais grave entre Moscou e o Ocidente desde a crise dos mísseis cubanos de 1962, quando as duas superpotências da Guerra Fria chegaram mais perto de uma guerra nuclear.
A Rússia tem cerca de 2 mil armas nucleares táticas em funcionamento, enquanto os Estados Unidos têm cerca de 200 dessas armas, metade das quais estão em bases na Itália, Alemanha, Turquia, Bélgica e Holanda.
O vice-chanceler russo, Alexander Grushko, informou, em 26 de outubro, que os Estados Unidos disseram, em uma reunião fechada da OTAN neste mês, que acelerariam a implantação de uma versão modernizada do B61, o B61-12, com as novas armas chegando às bases europeias em dezembro, vários meses antes. do que o planejado.
“Não podemos ignorar os planos para modernizar as armas nucleares, aquelas bombas de queda livre que estão na Europa”, disse Grushko à agência de notícias estatal RIA.
A bomba de gravidade B61-12 de 12 pés carrega uma ogiva nuclear de menor rendimento do que muitas versões anteriores, mas é mais precisa e pode penetrar abaixo do solo, de acordo com pesquisa da Federação de Cientistas Americanos, publicada em 2014.
Rússia diz que EUA reduzem ‘limiar nuclear’ com novas bombas na Europa

LONDRES, 29 de outubro (Reuters) – A Rússia disse neste sábado que a implantação acelerada de armas nucleares táticas B61 norte-americanas modernizadas em bases da Otan na Europa reduziria o “limite nuclear” e que a Rússia levaria a medida em consideração em seu planejamento militar.
A invasão russa da Ucrânia desencadeou o confronto mais grave entre Moscou e o Ocidente desde a crise dos mísseis cubanos de 1962, quando as duas superpotências da Guerra Fria chegaram mais perto de uma guerra nuclear.
A Rússia tem cerca de 2.000 armas nucleares táticas em funcionamento, enquanto os Estados Unidos têm cerca de 200 dessas armas, metade das quais estão em bases na Itália, Alemanha, Turquia, Bélgica e Holanda.

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O Politico informou em 26 de outubro que os Estados Unidos disseram em uma reunião fechada da OTAN neste mês que acelerariam a implantação de uma versão modernizada do B61, o B61-12, com as novas armas chegando às bases europeias em dezembro, vários meses antes. do que o planejado.
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“Não podemos ignorar os planos para modernizar as armas nucleares, aquelas bombas de queda livre que estão na Europa”, disse o vice-chanceler russo, Alexander Grushko, à agência de notícias estatal RIA.
A bomba de gravidade B61-12 de 12 pés carrega uma ogiva nuclear de menor rendimento do que muitas versões anteriores, mas é mais precisa e pode penetrar abaixo do solo, de acordo com pesquisa da Federação de Cientistas Americanos publicada em 2014.
“Os Estados Unidos estão modernizando-os, aumentando sua precisão e reduzindo o poder da carga nuclear, ou seja, eles transformam essas armas em ‘armas de campo de batalha’, reduzindo assim o limite nuclear”, disse Grushko.
O Pentágono não respondeu a um pedido de comentário fora do horário comercial dos EUA. O Politico citou um porta-voz dizendo que os detalhes nucleares não seriam discutidos, mas que a modernização das armas B61 estava em andamento há anos.
Em meio à crise na Ucrânia, o presidente russo, Vladimir Putin, disse repetidamente que, se for atacada, a Rússia defenderá seu território com todos os meios disponíveis, incluindo armas nucleares. Os comentários levantaram uma preocupação particular no Ocidente depois que Moscou declarou no mês passado que anexou quatro regiões ucranianas das quais suas forças controlam partes. Putin diz que o Ocidente se envolveu em chantagem nuclear contra a Rússia.
ARMAS NUCLEARES
O presidente dos EUA, Joe Biden, disse. em 6 de outubro, que Putin aproximou o mundo do “Armagedom” mais do que em qualquer outro momento, desde a crise dos mísseis cubanos, embora Biden tenha dito mais tarde que não achava que Putin usaria uma arma nuclear tática.
Putin não mencionou o uso de uma arma nuclear tática, mas disse que suspeita que a Ucrânia possa detonar uma “bomba suja”, uma afirmação que a Ucrânia e o Ocidente dizem ser falsa.
A bomba nuclear americana B61 foi testada pela primeira vez em Nevada, logo após a crise dos mísseis cubanos. Sob Barack Obama, presidente dos EUA de 2009 a 2017, foi aprovado o desenvolvimento de uma nova versão da bomba, a B61-12.
Grushko disse que Moscou também teria que levar em conta o Lockheed Martin F-35 que lançaria tal bomba. A Otan, disse ele, já havia reforçado as partes nucleares de seu planejamento militar. A Otan “já tomou decisões para fortalecer o componente nuclear nos planos militares da aliança”, disse Grushko.
O embaixador da Rússia em Washington, Anatoly Antonov, disse no Telegram que as novas bombas B61 tinham um “significado estratégico”, já que as armas nucleares táticas da Rússia estavam armazenadas, mas essas bombas dos EUA estariam apenas a um curto voo das fronteiras da Rússia.
O B61-12 substituirá três outras variantes do B61 atualmente em estoque, números 3, 4 e 7, de acordo com a Administração Nacional de Segurança Nuclear dos EUA em uma ficha técnica no ano passado.
Os Estados Unidos, de acordo com a Revisão da Postura Nuclear dos EUA 2022, reforçarão a dissuasão nuclear com o F-35, as bombas B61-12 e um míssil de cruzeiro lançado do ar com armas nucleares.
“Essas capacidades flexíveis e adaptáveis são essenciais para garantir que a liderança da Rússia não calcule mal as consequências do uso nuclear em qualquer escala, reduzindo assim sua confiança em iniciar uma guerra convencional contra a OTAN e considerar o emprego de armas nucleares não estratégicas em tal situação de conflito”, diz a revisão.
Fonte: Agência Reuters
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