Nove dias depois de uma mancha ter sido detectada pela primeira vez pela Guarda Costeira de Trinidad e Tobago, um vazamento de óleo de uma barcaça emborcada permanece desconectado, de acordo com socorristas e autoridades, levando nações do Caribe a coordenar uma resposta.
O derramamento se espalhou por quilômetros da costa de Tobago, a primeira área atingida pelo incidente. Trinidad alertou esta semana os vizinhos Venezuela e Granada sobre o possível impacto em suas costas.
A Agência Caribenha de Gestão de Desastres, dependente do grupo regional Caricom, ativou um plano de contingência, disse na sexta-feira o chefe da Agência de Gestão de Emergências de Tobago (TEMA), Allan Stewart.
Uma barcaça puxada por um rebocador causou o derramamento, mas os detalhes do incidente permanecem obscuros, incluindo o tipo de vazamento de petróleo, o destino pretendido do navio, o proprietário e se algum membro da tripulação foi perdido.
Na quinta-feira (15), a mancha atingiu cerca de 144 km (89 milhas) no Mar do Caribe e se movia a uma velocidade de 14 km (9 milhas) por hora, disseram as autoridades.
“Parece que isso vai continuar por algumas semanas. Não posso simplesmente sentar e não fazer nada”, disse Edwin Ramkisson, que ganha a vida pescando pargos e salmões em Lowlands, na costa atlântica de Tobago. “Preciso de ajuda para limpar meu barco antes de ir para outro porto do lado caribenho”.
Acredita-se que a barcaça transportou até 35 mil barris de óleo combustível, disseram autoridades de Tobago. O derramamento escureceu as praias da ilha, afetando a vida selvagem e o turismo.
Vários resorts de praia e golfe em Tobago que normalmente recebem turistas estrangeiros foram forçados a fechar o acesso ao oceano. O porto vizinho de navios de cruzeiro de Scarborough está sendo protegido do derramamento por barreiras de contenção.
Prioridade
Trinidad está considerando declarar uma emergência de Nível 3 que lhe permitiria obter assistência estrangeira para lidar com o derramamento, disse o primeiro-ministro Keith Rowley ao Parlamento na sexta-feira.
Os socorristas e voluntários em Tobago recolheram até agora cerca de 2 mil barris de petróleo, mas a ilha carece de equipamento de proteção para voluntários e tripulações, disse a TEMA.
A próxima tarefa do governo de Trinidad é esvaziar o navio numa operação controlada. “A embarcação ainda está presa no recife de Cove e continua a representar uma grande ameaça à medida que continua a sujar a costa e os mares circundantes”, disse Rowley.
O governo do país das ilhas gêmeas disse que a origem do navio era o Panamá e tinha como destino a Guiana. No entanto, o serviço de monitoramento TankerTrackers.com disse que a combinação barcaça-rebocador foi vista em fotos de satélite perto da refinaria venezuelana de Puerto La Cruz, no final de janeiro, e se dirigia para São Vicente e Granadinas dias antes do vazamento.
O ministro do Petróleo da Venezuela, Pedro Tellechea, disse a repórteres, na sexta-feira (16), que o navio “não tem nada a ver” com a petrolífera estatal PDVSA ou com a Venezuela, mas o país está colaborando com a investigação de Trinidad, incluindo o tipo de petróleo.
O Brasil também ofereceu ajuda, disse o governo de Trinidad. Granada não respondeu a um pedido de comentário.
Fonte: Agência Reuters
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