Manifestantes saíram às ruas de Cuba no domingo (17), em uma rara explosão de agitação social, enquanto uma nova onda de apagões exacerbava as tensões na ilha sem dinheiro.
Postagens nas redes sociais mostraram multidões em Santiago de Cuba, a segunda maior cidade, gritando “corrente y comida” – poder e comida – enquanto a polícia observava.
A maioria dos protestos é ilegal na nação caribenha governada pelos comunistas. Mas as demonstrações públicas de raiva tornaram-se mais frequentes à medida que a escassez de eletricidade, a inflação e a fome atingem a população.
À medida que as imagens dos protestos inundavam as redes sociais, havia relatos de interrupções na Internet e nos serviços móveis em partes da ilha. Embora a agitação parecesse generalizada nas cidades do leste, não houve relatos imediatos de que tivesse se transferido para a capital Havana.
Vicente de la O Levy, ministro de Energia e Minas, escreveu no X que o serviço na usina termelétrica Antonio Guiteras, de 280 megawatts, seria retomado na segunda-feira (18), “melhorando substancialmente a situação”. O governo disse que a interrupção e os atrasos na entrega de combustível exacerbaram a crise de energia no fim de semana.
Os meios de comunicação estatais reconheceram que as pessoas saíram às ruas em Santiago como resultado da escassez de combustível e da crise econômica. A Embaixada dos EUA em Cuba disse estar ciente dos relatos de protestos pacíficos em Santiago, Bayamón, Granma e outros lugares, e instou o governo cubano “a respeitar os direitos humanos dos manifestantes e a atender às necessidades legítimas do povo cubano”.
Miguel Diaz-Canel, que sucedeu a Raul Castro como presidente de Cuba, em 2018, e chefe do seu partido comunista, em 2021, alertou que os “inimigos da revolução” estavam tentando tirar partido da situação.
“Redes de políticos medíocres e terroristas alinhados no sul da Florida tentavam aquecer as ruas de Cuba com as suas mensagens intervencionistas e apelos ao caos”, escreveu ele no X, na manhã da segunda-feira (18). “Eles ficaram em falta”.
Afundada numa das piores crises econômicas desde a queda da União Soviética, Cuba aumentou os preços da gasolina e do gás em mais de 400% no início do mês e tomou outras medidas na esperança de estabilizar a sua economia.
A medida ocorreu depois que Alejandro Gil Fernandez foi demitido do cargo de ministro da Economia, em fevereiro, e o governo, desde então, disse que ele está sendo investigado por crimes não especificados. Cuba também solicitou recentemente ao Programa Alimentar Mundial da ONU que entregasse leite a crianças com menos de 7 anos de idade – um pedido sem precedentes do regime comunista da ilha.
Fonte: Time
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