A Argentina enfrenta uma escassez de repelentes de insetos enquanto o país se prepara para a pior temporada de dengue de sua história.
A dengue é um vírus transmitido por mosquitos que pode ser mortal ou causar doenças graves, em alguns casos.
Foi desenvolvida uma vacina para a dengue, mas a sua implementação ainda está numa fase inicial e a maioria das pessoas ainda depende de medidas preventivas para evitar o vírus.
Moradores relatam que é quase impossível comprar repelente. Muitos supermercados e farmácias exibem placas de “não repelente” e, nos poucos locais onde ainda está disponível, principalmente online, os preços de revenda são astronômicos.
O governo atribuiu o problema a um “gargalo” que será corrigido nos próximos dias.
Mas muitos cidadãos, especialmente na capital Buenos Aires, estão temerosos numa altura em que centenas de milhares de argentinos já foram infectados.
A escassez de repelentes começou a ser notada em março. Fontes de uma das empresas que produzem repelentes no país disseram à BBC Mundo que a escassez se deveu a um erro de previsão e que a fabricação do produto demorou meses.
O ministro da Saúde, Mario Russo, disse à Rádio Continental que se trata de um “problema entre oferta e procura”.
Dengue
A dengue é mais comum em climas tropicais e subtropicais e seus sintomas incluem febre alta, fortes dores de cabeça, glândulas inchadas e erupções cutâneas.
Placa de “não repelente” em um supermercado. Foto: Getty Images
O Ministério da Saúde do país disse no sábado que a Argentina relatou 163.419 casos de dengue até agora em 2024 e que as mortes foram registradas em todas as faixas etárias – com a maior taxa de mortalidade entre aqueles com mais de 80 anos.
O ministério aconselhou as pessoas a evitarem picadas com o uso de repelentes e a procurarem atendimento médico caso surjam sintomas da doença.
Doença nas Américas
Os casos de dengue nas Américas aumentaram em três vezes nos primeiros três meses deste ano em comparação com o mesmo período de 2023, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
O Brasil, a Argentina e o Paraguai foram os mais atingidos, naquele que as autoridades da OPAS descreveram como potencialmente o pior surto nas Américas até à data. Esses três países representaram 98% de todos os casos e 87% das mortes pelo vírus.
As autoridades regionais de saúde registaram mais de 3,5 milhões de casos e mil mortes.
A agência de saúde da ONU alertou que o aquecimento global e o El Niño estão a contribuir para a pior época de sempre para o vírus.
Fonte: BBC News
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