O avião que sairia do Panamá com destino à Venezuela, levando ex-presidentes da América Latina para acompanhar as eleições de domingo no país, teve a decolagem desautorizada devido a um bloqueio do espaço aéreo, afirmou, nesta sexta-feira (26), o presidente panamenho José Raúl Mulino.
O governo da Venezuela fechou as passagens pela fronteira para “prevenir atividades de pessoas que possam representar ameaças à segurança” devido às eleições presidenciais, que acontecerão no domingo (28), segundo decreto publicado no Diário Oficial desta semana.
A medida estará em vigor entre esta sexta-feira (26) até segunda-feira (29).
As pontes internacionais foram fechadas, informou o general Domingo Hernández Lárez, comandante estratégico operacional das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB), no X.
O governo de Nicolás Maduro, que busca o terceiro mandato, alega que a medida visa garantir a segurança do pleito. O decreto, que foi publicado na terça-feira (23) no Diário Oficial do país, estabelece também o fechamento das fronteiras marítimas e aéreas, a proibição do porte de armas de fogo, a venda de bebidas alcoólicas, manifestações públicas, entre outras medidas.
Entre os passageiros a bordo do voo comercial operado pela Copa Airlines estavam os ex-presidentes Mireya Moscoso (Panamá), Vicente Fox (México), Miguel Ángel Rodríguez (Costa Rica) e Jorge Quiroga (Bolívia), além da ex-vice-presidente colombiana Marta Lucía Ramírez – todos membros da Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas (Grupo IDEA), fórum que reúne ex-mandatários como os ex-presidentes brasileiro Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e argentino Mauricio Macri.
“Queríamos estar com vocês”, disse Moscoso aos passageiros na aeronave. “Dói na alma. Queremos uma Venezuela livre. (…) Vão votar e prestem atenção para que não roubem seu voto”, emendou, sob aplausos dos passageiros.
Na quarta-feira, o vice-presidente do Partido Socialista da Venezuela (PSUV) Diosdado Cabello já havia dito que expulsaria os ex-presidentes se eles pusessem os pés na Venezuela: “Não estão convidados. Se aparecerem no aeroporto, os expulsamos”, afirmou, chamando-os de “inimigos do país” e “fascistas”.
Fonte: Agências Reuters/AFP/Deutsche Welle
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