O presidente chinês, Xi Jinping, prometeu, neste sábado (16), trabalhar com o novo governo dos EUA, Donald Trump, durante suas conversas finais com o presidente Joe Biden sobre conflitos que vão desde crimes cibernéticos a comércio, Taiwan, Mar da China Meridional e Rússia.
Biden se encontrou com Xi por cerca de duas horas em um hotel onde o líder chinês estava hospedado, paralelamente ao fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico em Lima, Peru, para suas primeiras conversas em sete meses.
“A meta da China de um relacionamento estável, saudável e sustentável entre China e EUA permanece inalterada” após a eleição de Trump, disse Xi ao se encontrar com Biden, reconhecendo “altos e baixos” entre os países. “A China está pronta para trabalhar com a nova administração dos EUA para manter a comunicação, expandir a cooperação e administrar as diferenças”.
Biden disse a Xi que os dois líderes nem sempre concordaram, mas suas discussões foram “francas” e “sinceras”.
Dois meses antes de Trump retornar à Casa Branca, autoridades dos EUA veem riscos ampliados de conflito durante a transição. Biden disse a Xi que manter conversas de líder para líder seria vital mesmo depois que ele deixasse o cargo, disse o conselheiro de segurança nacional de Biden, Jake Sullivan.
O presidente eleito prometeu adotar tarifas gerais de 60% sobre as importações de produtos chineses dos EUA como parte de um pacote de medidas comerciais “America First”. Pequim se opõe a essas medidas. O republicano também planeja contratar várias vozes agressivas sobre a China em cargos de alto escalão, incluindo o senador americano Marco Rubio como secretário de estado e o representante Mike Waltz como conselheiro de segurança nacional.
Biden tem buscado diminuir as tensões com a China, e houve poucos sinais de avanço nas principais questões.
Mas Biden e Xi concordaram que seres humanos, e não a inteligência artificial, deveriam tomar decisões sobre o uso de armas nucleares, de acordo com a Casa Branca, a primeira vez que os países levantaram a questão.
Os presidentes dos EUA e da China também falaram sobre a Coreia do Norte, uma aliada da China cujos laços cada vez mais profundos com a Rússia e o envio de tropas na guerra de Moscou com a Ucrânia levantaram preocupações em Washington, Pequim e capitais europeias. “O presidente Biden ressaltou que a posição publicamente declarada pela (República Popular da China) com relação à guerra na Ucrânia é que não deve haver escalada, nem ampliação do conflito, e a introdução de tropas (da República Popular Democrática da Coreia) vai totalmente contra isso”, disse Sullivan.
“Ele também destacou que a RPC tem influência e capacidade e deve usá-las para tentar evitar uma nova escalada ou expansão do conflito com a introdução de ainda mais forças da RPDC”.
Fonte: Agência Reuters/Jarrett Renshaw, Lucinda Elliott, Eduardo Baptista e Trevor Hunnicutt
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