A Space One do Japão encerrou o voo de seu pequeno foguete Kairos logo após a decolagem, nesta quarta-feira (18), marcando o fim de sua segunda tentativa em nove meses de se tornar a primeira empresa do país a levar um satélite ao espaço.
Este é o mais recente de uma série de contratempos no desenvolvimento de foguetes japoneses, mesmo com o governo buscando impulsionar a indústria espacial nacional e mirando 30 lançamentos de foguetes anualmente até o início da década de 2030.
As autoridades estão se esforçando para tornar o Japão o centro de transporte espacial da Ásia , no que elas esperam que seja uma indústria espacial de 8 trilhões de ienes (US$ 52 bilhões).
O segundo voo do Kairos, que durou apenas cerca de 10 minutos, foi cancelado porque “a realização de sua missão seria difícil”, disse a Space One em um e-mail aos repórteres.
Imagens ao vivo do governo local da prefeitura de Wakayama mostraram o foguete de propelente sólido de 18 metros (59 pés) decolando do Porto Espacial Kii, no oeste do Japão, às 11h00 (02h00 GMT), mas perdendo estabilidade em sua trajetória à medida que subia.
Cinco pequenos satélites, incluindo um da Agência Espacial de Taiwan, estavam a bordo do foguete que se dirigia para uma órbita heliossíncrona a aproximadamente 500 km acima da superfície da Terra.
A Space One está investigando o incidente e realizará uma coletiva de imprensa às 14h30, horário local, informou a empresa.
A Space One, sediada em Tóquio, foi fundada em 2018 pela Canon Electronics, IHI unidade aeroespacial, empresa de construção Shimizu e um banco apoiado pelo estado, com o objetivo de lançar 20 pequenos foguetes por ano até 2029 para capturar a crescente demanda por lançamentos de satélites.
Em seu voo de estreia em março, o Kairos, transportando um satélite do governo japonês, explodiu cinco segundos após o lançamento.
Configurações de voo inadequadas acionaram o sistema autônomo de autodestruição do foguete, embora nenhum problema tenha sido encontrado em seu hardware, disse a Space One mais tarde.
A falta de opções de lançamento doméstico fez com que surgissem startups espaciais japonesas, como a fabricante de satélites de radar iQPS e o mitigador de detritos Astroscale, aproveitando as missões de compartilhamento de viagens da SpaceX ou do fornecedor líder de pequenos foguetes Rocket Lab.
Projetos recentes de foguetes japoneses também enfrentaram outros contratempos.
A Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (JAXA) adiou o voo de estreia do novo lançador de combustível sólido Epsilon S depois que seu teste de combustão do motor falhou no mês passado pela segunda vez.
O maior foguete de propelente líquido da JAXA, H3, também falhou em seu lançamento inaugural em março de 2023, mas teve sucesso em três voos este ano, ganhando pedidos de clientes como a gigante francesa de satélites Eutelsat.
Em 2019, a Interstellar Technologies se tornou a primeira empresa japonesa a enviar um foguete ao espaço sem uma carga útil de satélite, mas seu lançador orbital Zero ainda está em desenvolvimento.
Fonte: Agência Reuters/ Kantaro Komiya
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