A astronauta aposentada da NASA que se tornou privada, Peggy Whitson, foi lançada em seu quinto voo em órbita na manhã desta quarta-feira (25), acompanhada por colegas de tripulação da Índia, Polônia e Hungria que se dirigiam para a primeira visita de seus países à Estação Espacial Internacional.
A equipe de astronautas decolou do Centro Espacial Kennedy da NASA em Cabo Canaveral, Flórida, por volta das 2h30 EDT (06h30 GMT), dando início à mais recente missão organizada pela startup Axiom Space, sediada no Texas, em parceria com o empreendimento de foguetes de Elon Musk, a SpaceX.
A tripulação de quatro membros foi transportada em um imponente veículo de lançamento da SpaceX, composto por uma cápsula Crew Dragon instalada no topo de um foguete Falcon 9 de dois estágios.
Um vídeo ao vivo mostrou a imponente nave espacial voando em direção ao céu noturno sobre a costa atlântica da Flórida, seguida por uma brilhante coluna amarelada de gases de escape em chamas.
Câmeras dentro do compartimento da tripulação transmitiam imagens dos quatro astronautas presos em sua cabine pressurizada, sentados calmamente lado a lado em trajes de voo brancos e pretos com capacetes enquanto sua nave espacial subia em direção ao espaço.
“Tivemos uma viagem incrível morro acima”, Whitson respondeu por rádio ao controle da missão SpaceX perto de Los Angeles enquanto o estágio superior do Falcon levava a cápsula da tripulação à sua órbita preliminar cerca de nove minutos após o lançamento.
Apelidada de “Grace” pela tripulação da Axiom, a recém-construída Crew Dragon, lançada na quarta-feira, fazia seu voo de estreia como o quinto veículo desse tipo na frota de cápsulas da SpaceX.
Também marcou o primeiro voo da Crew Dragon desde que Musk ameaçou brevemente desativar a nave espacial depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou cancelar os contratos governamentais de Musk em uma disputa política de alto nível no início deste mês.
Duas semanas em órbita
A previsão era de que a Crew Dragon, operada de forma autônoma, do Axiom 4 chegasse à ISS após um voo de cerca de 28 horas e então atracasse no posto avançado enquanto os dois veículos planassem juntos em órbita a cerca de 400 km acima da Terra.
Se tudo correr conforme o planejado, a tripulação da Axiom 4 será recebida a bordo do laboratório espacial em órbita nesta quinta-feira (26) de manhã por seus sete ocupantes residentes atuais: três astronautas dos EUA, um do Japão e três cosmonautas da Rússia.
Whitson, 65, e seus três companheiros de tripulação da Axiom 4 – Shubhanshu Shukla, 39, da Índia, Sławosz Uznański-Wiśniewski, 41, da Polônia, e Tibor Kapu, 33, da Hungria – devem passar 14 dias a bordo da estação espacial conduzindo pesquisas de microgravidade.
A missão é o quarto voo desse tipo desde 2022, organizado pela Axiom, enquanto a empresa sediada em Houston dá continuidade ao seu negócio de colocar astronautas patrocinados por empresas privadas e governos estrangeiros na órbita da Terra.
Para a Índia, Polônia e Hungria, o lançamento marcou o retorno dos voos espaciais tripulados após mais de 40 anos e a primeira missão a enviar astronautas à Estação Espacial Internacional.
O bilionário Charles Simonyi, um designer de software nascido na Hungria que se tornou cidadão americano em 1982, visitou a ISS duas vezes como turista espacial, em 2007 e 2009, pegando carona em cápsulas russas Soyuz em ambas as ocasiões.
Mas, assim como muitos indivíduos ricos de vários países que pagaram suas próprias viagens ao espaço nos últimos anos, Simonyi não estava voando em nome de sua terra natal ou de qualquer governo.
Kapu faz parte do programa Hungarian to Orbit (HUNOR) de seu país, enquanto Uznański-Wiśniewski é um astronauta polonês designado para a Agência Espacial Europeia. Ambos são especialistas da missão Axiom 4.
A participação de Shukla, um piloto da força aérea indiana, é vista pelo próprio programa espacial da Índia como uma espécie de precursora da missão tripulada de estreia de sua nave espacial orbital Gaganyaan, planejada para 2027.
A tripulação da Axiom 4 é liderada por Whitson, que se aposentou da NASA em 2018 após uma carreira pioneira que incluiu se tornar a primeira astronauta chefe da agência espacial dos EUA e a primeira mulher a comandar uma expedição à ISS.
Atualmente consultora e diretora de voos espaciais humanos da Axiom, ela registrou 675 dias no espaço, um recorde nos EUA, durante três missões da NASA e um quarto voo ao espaço como comandante da missão Axiom 2 em 2023.
A decolagem de quarta-feira marcou o 18º voo espacial humano da SpaceX desde que a empresa de foguetes financiada privadamente por Musk inaugurou uma nova era para a NASA há cinco anos, proporcionando aos astronautas americanos suas primeiras viagens ao espaço a partir de solo americano desde o fim da era dos ônibus espaciais em 2011.
A Axiom, um empreendimento de nove anos cofundado pelo ex-gerente do programa ISS da NASA, é uma das poucas empresas que estão desenvolvendo uma estação espacial comercial própria, com a intenção de eventualmente substituir a ISS, que a NASA espera aposentar por volta de 2030.
Fonte: Reuters/Steve Nesius, Joey Roulette e Steve Gorman
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