O Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA lançou uma reforma no sistema de transplante de órgãos e ameaçou fechar um importante órgão de aquisição, depois que uma investigação encontrou tentativas prematuras de iniciar a recuperação de órgãos enquanto os pacientes mostravam sinais de vida.
A investigação conduzida pela Administração de Recursos e Serviços de Saúde (HRSA), uma divisão do HHS, examinou 351 casos em que a doação de órgãos foi autorizada, mas não concluída. Constatou-se que 73 pacientes apresentaram sinais neurológicos incompatíveis com a doação de órgãos e que pelo menos 28 pacientes podem não ter falecido no momento em que a coleta de órgãos foi iniciada, informou o HHS em um comunicado, nesta segunda-feira (21).
A investigação também encontrou evidências de avaliações neurológicas ruins, práticas de consentimento questionáveis e classificação incorreta das causas de morte em vários casos, disse a agência.
O HHS orientou a Rede Nacional de Aquisição de Órgãos e Transplante (OPTN) a reportar aos reguladores dados sobre interrupções de doação de órgãos relacionadas à segurança solicitadas por famílias, hospitais ou funcionários de organizações de aquisição de órgãos.
A HRSA também disse que iria retirar a certificação da Network for Hope — uma organização de aquisição de órgãos (OPO) financiada pelo governo federal que atende estados como Kentucky, sudoeste de Ohio e parte da Virgínia Ocidental — caso ela não cumpra certas ações corretivas.
“A Network for Hope espera trabalhar em colaboração com o HHS e o HRSA e incentiva o desenvolvimento de políticas que apoiem a melhoria do sistema de transplante de órgãos como um todo”, disse o CEO Barry Massa em um e-mail.
As ações obrigatórias incluem uma análise da causa raiz da falha em seguir protocolos internos e o desenvolvimento de políticas para definir os critérios de elegibilidade para doadores. A OPO também foi instruída a adotar um procedimento formal que permita a qualquer membro da equipe interromper um processo de doação em caso de preocupações com a segurança do paciente.
As OPOs são organizações sem fins lucrativos responsáveis pela recuperação de órgãos de doadores falecidos para transplante.
O anúncio foi feito depois que o New York Times noticiou, no domingo (20), tentativas prematuras de remoção de órgãos de pacientes que apresentavam sinais vitais.
Fonte: Reuters/Mariam Sunny
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