Calor extremo e ventos fortes causaram “redemoinhos de fogo”, enquanto um incêndio queimou várias casas e forçou a evacuação de centenas de pessoas perto de um parque nacional listado pela UNESCO no norte da Espanha, disseram autoridades nesta segunda-feira (11).
Cerca de 800 pessoas foram instruídas a abandonar suas casas em meia dúzia de vilarejos no norte da região de Castela e Leão, onde vários incêndios florestais estavam ocorrendo.
Moradores da cidade de Congosta estavam pulverizando casas, árvores e calçadas com suas mangueiras de jardim para conter as chamas que devoravam pelo menos dois prédios, enquanto a polícia os instruía a se prepararem para a evacuação.
A fumaça era muito espessa para que aeronaves de combate a incêndio pudessem ser acionadas.
“Já há várias casas incendiadas, não sabemos mais o que fazer. Estamos completamente indefesos e abandonados”, disse Evangelina Peral Delgado, de 70 anos, moradora de Congosta.
As altas temperaturas de domingo causaram os chamados redemoinhos de fogo perto do parque Las Medulas, forçando os bombeiros a recuarem, disse Juan Carlos Suarez-Quinones, chefe de meio ambiente do governo regional.
“Isso ocorre quando as temperaturas atingem cerca de 40 graus Celsius em um vale muito confinado e, de repente, (o fogo) entra em uma área mais aberta e oxigenada. Isso produz uma bola de fogo, um redemoinho de fogo”, disse ele.
Um helicóptero de combate a incêndios despeja água sobre um incêndio florestal em Congosta, Espanha. Foto: REUTERS/Susana Vera
Cientistas afirmam que os verões mais quentes e secos da região do Mediterrâneo a colocam em alto risco de incêndios florestais . Uma vez iniciados, a vegetação seca e os ventos fortes podem fazer com que eles se espalhem rapidamente e queimem descontroladamente, às vezes provocando redemoinhos de fogo.
Uma onda de calor prolongada na Espanha continuou na segunda-feira, com temperaturas previstas para chegar a 42°C em algumas regiões.
Domingo Aparício, 77, foi evacuado de sua casa em Cubo de Benavente para uma cidade próxima no domingo, depois que um armazém em frente à sua casa pegou fogo.
“Como eu deveria me sentir? É sempre chocante para quem está perto da catástrofe”, disse ele.
Dois ou três incêndios podem ter sido iniciados por raios, disse Suarez-Quinones, mas há indícios de que a maioria foi resultado de incêndio criminoso, o que ele descreveu como “terrorismo ambiental”.
Na parte norte do vizinho Portugal, quase 700 bombeiros estavam combatendo um incêndio que começou no sábado em Trancoso, cerca de 350 km a nordeste de Lisboa.
Até agora neste ano, cerca de 52.000 hectares (200 milhas quadradas), ou 0,6% da área total de Portugal, foram queimados, superando a média de 2006-2024 para o mesmo período em cerca de 10.000 hectares, de acordo com o Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais.
Os bombeiros também estavam combatendo incêndios em Navarra, no nordeste da Espanha, e em Huelva, no sudoeste, disseram as autoridades.
Fonte: Reuters/David Latona, Susana Vera e Charlie Devereux
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