O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, disse, nesta segunda-feira (15), que os incidentes recentes entre seu país e os Estados Unidos são uma “agressão” dos EUA, não tensões entre os dois países, e que não há mais comunicação entre os governos.
O governo do presidente Donald Trump aumentou a presença militar dos EUA no sul do Caribe como parte do que diz ser uma repressão aos traficantes de drogas.
Este mês, um ataque militar dos EUA matou 11 pessoas e afundou um barco da Venezuela que, segundo o governo Trump, transportava narcóticos ilegais.
O governo dos EUA está tentando justificar o lançamento de um “ataque criminoso” contra seu país, disse Maduro durante uma coletiva de imprensa da qual participaram altos funcionários militares e outras autoridades.
“Isso não é tensão. É uma agressão generalizada, é uma agressão judicial quando nos criminalizam, uma agressão política com suas declarações ameaçadoras diárias, uma agressão diplomática e uma agressão contínua de caráter militar”, disse Maduro.
Maduro, cujo governo historicamente se reuniu com autoridades americanas para negociar tudo, desde a libertação de reféns até condições para eleições, disse neste mês que as comunicações entre os dois governos foram prejudicadas.
Na segunda-feira, ele disse que as comunicações foram “descartadas”, embora mais tarde tenha acrescentado que ainda havia comunicação básica para facilitar o retorno de venezuelanos dos Estados Unidos.
“As comunicações com o governo dos EUA foram descartadas, foram descartadas por eles com suas ameaças de bombas, morte e chantagem”, disse Maduro.
O governo Trump forneceu poucas informações sobre o ataque da semana passada, apesar das exigências dos membros do Congresso dos EUA para que o governo justifique a ação.
O governo venezuelano, que afirma ter destacado dezenas de milhares de soldados para combater o narcotráfico e defender o país, disse que nenhuma das pessoas mortas pertencia à gangue Tren de Aragua, como os EUA alegaram.
Maduro alegou repetidamente que os EUA esperam tirá-lo do poder.
O governo Trump tem apoiado a oposição do país, que afirma ter vencido a eleição presidencial do ano passado, e não Maduro.
O governo venezuelano disse no fim de semana que um contratorpedeiro dos EUA interceptou, abordou e ocupou ilegalmente um navio pesqueiro de atum venezuelano por oito horas nas águas da Zona Econômica Especial do país sul-americano.
Maduro repetiu a acusação na segunda-feira, dizendo que os EUA estavam “procurando um incidente”.
Fonte: Reuters/Rosalba O’Brien
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