Quinze pessoas suspeitas de integrar uma organização criminosa responsável por crimes ambientais, corrupção e lavagem de dinheiro foram presas pela Polícia Federal, na manhã desta quarta-feira (17). Entre os presos está o diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM) Caio Mário Trivellato Seabra Filho. Os agentes ainda procuram dois foragidos.
A investigação também pediu o afastamento de servidores públicos, o bloqueio de ativos no valor de R$ 1,5 bilhão e a suspensão das atividades das pessoas jurídicas envolvidas.
O grupo investigado teria subornado servidores públicos em diferentes órgãos estaduais e federais de fiscalização e controle nas áreas ambiental e de mineração, com o objetivo de obter autorizações e licenças ambientais fraudulentas. Essas autorizações eram utilizadas para explorar irregularmente minério de ferro em larga escala, inclusive em locais tombados e próximos a áreas de preservação, provocando graves consequências ambientais e elevado risco de desastres sociais e humanos.
Crimes envolvem órgãos de fiscalização
O inquérito, aberto em 2020, aponta que foram oferecidos valores a integrantes de órgãos como a Agência Nacional de Mineração, o IPHAN, a Fundação Estadual do Meio Ambiente de Minas, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, entre outros.
Mais de R$ 3 milhões foram pagos em propina aos agentes. Alguns dos alvos são suspeitos de receber uma espécie de mesada para favorecer os interesses da organização criminosa.
Além dos pedidos de prisão de empresários, a Justiça Federal determinou o afastamento de servidores públicos.
A Polícia Federal identificou projetos em andamento vinculados ao grupo investigado com potencial econômico superior a R$ 18 bilhões.
Responsabilização pelos crimes
Os suspeitos poderão responder por crimes ambientais, usurpação de bens da União, corrupção ativa, corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e embaraço à investigação de organização criminosa.
Diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM), Caio Mário Trivellato Seabra Filho. Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Além da PF, também participam da operação a Controladoria-Geral da União, o Ministério Público Federal e a Receita Federal.
A CBN procurou a Fundação Estadual do Meio Ambiente de Minas, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, o IPHAN e a Agência Nacional de Mineração. A reportagem aguarda um posicionamento.
Fonte: CBN
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