Espiões britânicos estão recorrendo à dark web para recrutar informantes e receber informações secretas de agentes na Rússia e em todo o mundo, disse o Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido nesta quinta-feira (18).
O Serviço Secreto de Inteligência, a agência de espionagem estrangeira do Reino Unido conhecida como MI6, deverá usar um portal da dark web chamado Silent Courier (mensageiro silencioso, em tradução livre), que permitirá a transmissão segura de detalhes sobre atividades ilícitas em qualquer lugar do mundo e também servirá para que pessoas ofereçam seus próprios serviços.
“Hoje, estamos pedindo àqueles que possuem informações confidenciais sobre instabilidade global, terrorismo internacional ou atividades hostis de inteligência estatal que entrem em contato com o MI6 de forma segura online”, disse o chefe do MI6, Richard Moore, ao anunciar formalmente os planos.
“Nossa porta virtual está aberta para vocês”, afirmou Moore.
Criado em 1909, mas não foi oficialmente reconhecido até a década de 1990, o MI6 geralmente opera nas sombras, e apenas seu chefe — conhecido como “C” — é um membro do serviço nomeado publicamente.
Em um vídeo, a agência disse que o alicerce de suas operações eram as reuniões presenciais, mas agora está se voltando para o anonimato da dark web, parte obscura da internet com sites ocultos frequentemente usados por traficantes de drogas, terroristas e abusadores sexuais de crianças.
As instruções sobre como usar o portal serão colocadas no canal do MI6 no YouTube, informou o Ministério das Relações Exteriores.
“À medida que o mundo muda e as ameaças que enfrentamos se multiplicam, precisamos garantir que o Reino Unido esteja sempre um passo à frente de nossos adversários”, disse a ministra das Relações Exteriores, Yvette Cooper.
“Agora estamos reforçando as iniciativas com tecnologia de ponta para que o MI6 possa recrutar novos espiões para o Reino Unido — na Rússia e em todo o mundo”.
A notícia chega no momento em que Moore, apontado por alguns meios de comunicação britânicos como possível candidato a próximo embaixador do Reino Unido em Washington, prepara-se para deixar o cargo neste mês, após cinco anos na função.
Ele será substituído pela primeira mulher a chefiar o MI6, Blaise Metreweli.
Fonte: Reuters
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