O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky chegou ao Japão, no sábado (20), para participar da cúpula do Grupo dos Sete (G7), dando a ele uma rara chance de angariar apoio das democracias ricas do mundo e sondar o “Sul Global ” líderes com longos laços com a Rússia.
A presença do presidente ucraniano na cúpula do G7 em Hiroshima, a primeira cidade a sofrer um ataque nuclear, também colocou em relevo as preocupações ocidentais sobre a ameaça nuclear representada por Moscou.
Os membros do G7 – Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Grã-Bretanha, Itália e Canadá – estão enfrentando os imensos desafios impostos pela invasão da Ucrânia pela Rússia e as tensões com a China, principalmente sobre Taiwan, e a segurança econômica.
Preocupado com o papel descomunal que a China agora desempenha nas cadeias de suprimentos, desde semicondutores a minerais críticos, o G7 emitiu um comunicado que estabeleceu uma estratégia comum para negociações futuras com a segunda maior economia do mundo.
“Não estamos dissociando ou nos voltando para dentro. Ao mesmo tempo, reconhecemos que a resiliência econômica requer redução de riscos e diversificação. Uma China em crescimento que segue as regras internacionais seria de interesse global”, disse o comunicado.
Alerta
Em uma declaração paralela sobre segurança econômica, os membros do G7 alertaram que os países que tentarem usar o comércio como arma enfrentariam “consequências”, enviando um forte sinal a Pequim sobre as práticas que Washington há muito considera como intimidação econômica.
O comunicado foi emitido logo após o pouso da aeronave do governo francês que trouxe Zelensky para Hiroshima.
Tentativa de um acordo de paz
Autoridades francesas e europeias disseram que era crucial que Zelensky viesse pessoalmente primeiro à Liga Árabe, à qual ele se dirigiu, na sexta-feira (19), e agora ao G7, onde membros do Sul Global estão presentes, a fim de delinear a visão da Ucrânia como vítima de um ataque da Rússia e como ele via um acordo de paz no futuro.
“Temos que usar todos os meios para vincular os Estados não alinhados à causa da defesa da soberania e integridade territorial da Ucrânia”, disse uma autoridade presidencial francesa a repórteres.
Encontros
Zelenskiy terá encontros bilaterais com os líderes do G7, mas significativamente também com os líderes da Índia e do Brasil, dois países que não se distanciaram de Moscou. Tanto o Brasil quanto a Índia são membros do grupo BRIC, que também inclui a Rússia e a China.
Ele deve realizar uma sessão no domingo com o G7 antes de uma sessão mais ampla com os participantes do Sul Global.
Fonte: Reuters
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