A Argentina ordenou a prisão de 61 cidadãos brasileiros procurados em seu país por participarem do ataque a prédios governamentais em Brasília em 2023 por apoiadores do ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro, disse uma fonte argentina neste sábado (16).
Duas pessoas foram presas até agora e podem cumprir pena de prisão no Brasil, disse uma fonte judicial na Argentina, falando sob condição de anonimato porque a pessoa não estava autorizada a falar publicamente.
A Argentina recebeu um pedido de extradição das autoridades judiciais brasileiras no mês passado.
Durante o incidente de 8 de janeiro de 2023, uma semana após o presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva assumir o cargo, milhares de apoiadores de Bolsonaro invadiram e saquearam o prédio do Congresso, o palácio presidencial e o Supremo Tribunal Federal.
Alguns manifestantes fugiram para a Argentina, na esperança de encontrar refúgio no governo do presidente de direita Javier Milei.
Autoridades da polícia federal no Brasil disseram, em junho, que acreditavam que entre 50 e 100 apoiadores de Bolsonaro acusados de vandalismo e insurreição entraram na Argentina para evitar consequências legais. Muitos tinham condenações do Supremo Tribunal Federal do Brasil com sentenças pesadas.
O ex-vice-presidente de Bolsonaro, senador Hamilton Mourão, disse na época que aqueles que fugiram para a Argentina não acreditavam que teriam um julgamento justo no Brasil.
As autoridades brasileiras prenderam cerca de 3. mil pessoas após os tumultos, e cerca de metade ainda está na prisão.
A violência política explodiu novamente na semana passada após uma tentativa de ataque a bomba no Supremo Tribunal Federal, em um lembrete da invasão do prédio por apoiadores de Bolsonaro no ano passado.
O incidente fortaleceu o consenso no Congresso contra uma proposta de oferecer anistia aos participantes dos ataques de 2023.
Fonte: Agência Reuters/Nicolas Misculin
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