O economista Javier Milei toma posse como presidente da Argentina neste domingo (10), após ter vencido o candidato governista Sergio Massa nas eleições deste ano.
Autodenominado libertário, Milei chegou à presidência com propostas polêmicas – algumas consideradas radicais -, como o fechamento do Banco Central e a dolarização da economia do país.
Posse
A agenda de Milei começará pela manhã, com visita ao Congresso Nacional, onde fará o juramento e um discurso. Também fará uma passagem pela Casa Rosada, sede do governo argentino; participará de recepção de líderes estrangeiros; e terminará com um coquetel e festa de gala.
O governo brasileiro enviará o chanceler Mauro Vieira como representante na posse. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não estará presente. Além de Lula, o presidente Joe Biden, dos Estados Unidos, também não estará presente no evento.
Cronograma da posse de Javier Milei, no horário de Brasília:
- 10:30 — Saída do Hotel Libertador
- 11:00 — Chegada ao Congresso Nacional
- 11:10 — Assinatura de livro de visitantes ilustres
- 11:30 — Juramento no Congresso e discurso no recinto
- 12:00 — Discurso para apoiadores do lado de fora, da escadaria do Congresso
- 12:30 — Volta para Casa Rosada em veículo conversível
- 13:00 — Missa na Catedral
- 13:30 — Recepção de líderes estrangeiros e outras autoridades
- 17:30 — Juramento dos ministros
- 18:30 — Coquetel
- 20:00 — Festa de gala no Teatro Colón
Alguns líderes internacionais que irão à posse de Milei
- Luis Lacalle Pou, presidente do Uruguai;
- Gabriel Boric, presidente do Chile;
- Santiago Peña, presidente do Paraguai;
- Deniel Noboa, presidente do Equador;
- Viktor Orbán, presidente da Hungria
- Renato Florentino Pineda, vice-presidente de Honduras
- Rei Felipe VI da Espanha
Desafios de Milei
O partido do novo chefe de Estado conseguiu ampliar a base no Congresso, nessas eleições, mas, ainda assim, está atrás dos movimentos de Sergio Massa e Patricia Bullrich.
Mesmo com o apoio de Bullrich durante o segundo turno, Milei terá que negociar com os macristas para passar suas polêmicas pautas econômicas no Parlamento, conforme explica Leandro Consentino, especialista em Relações Internacionais e professor de Ciências Políticas do Insper.
Consentino ponderou que, diferentemente da eleição de Bolsonaro no Brasil, por exemplo, o argentino não subirá ao poder com uma base partidária consolidada no Congresso.
“Milei terá dificuldade, sim, e vai precisar negociar com essa centro-direita representada pelo macrismo para conseguir aprovar suas pautas. Percebe-se que ele vai ter que, de alguma forma, moderar o seu discurso para alcançar determinadas resoluções e transformar as pautas em legislação de fato”, coloca o especialista.
Quando Milei foi eleito, Maurício Macri afirmou que o novo presidente precisará do “apoio, confiança e paciência de todos”. Além disso, o apoio de Macri foi fundamental para a vitória do libertário.
Isso pode indicar, ao menos, que Javier Milei pode ter uma abertura inicial com os apoiadores do ex-presidente.
Leandro Consentino ressalta que os grandes entraves serão as medidas econômicas mais radicais, como o fechamento do Banco Central e a dolarização da economia.
O especialista avalia que a “dinamitação” do Banco Central, como Milei anunciou durante a campanha, é “praticamente impossível de acontecer”, pois a instituição é “reconhecida como algo importante para conservar a política monetária por quaisquer países minimamente dentro do jogo político, do jogo democrático e até países que não são necessariamente democráticos”.
Por outro lado, a pauta de privatizações pode ter mais facilidade de passar no novo Congresso argentino. Milei sinalizou anteriormente que quer privatizar a petroleira estatal, companhia aérea e rede de TV.
Consentino adverte, porém, que haverá resistência de movimentos sociais e sindicatos quanto a essa última pauta, que colocarão “toda a carga política nas ruas contra essas medidas”.
Fonte: CNN News
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