O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, disse, no domingo (29), que um avião de passageiros que caiu na semana passada, matando 38 pessoas, foi danificado por um tiro acidental do solo na Rússia, acrescentando que alguns na Rússia mentiram sobre a causa do desastre.
O presidente russo, Vladimir Putin, pediu desculpas, no sábado (28), a Aliyev pelo “trágico incidente” de quarta-feira (25), no espaço aéreo russo, envolvendo o voo J2-8243 da Azerbaijan Airlines, depois que as defesas aéreas russas enfrentaram drones de ataque ucranianos.

Enterros
O Azerbaijão prestou homenagem no domingo aos pilotos e passageiros do avião.
O capitão Igor Kshnyakin e o copiloto Alexander Kalyaninov, ambos russos étnicos com cidadania azerbaijana, e Hokuma Aliyeva, uma comissária de bordo, receberam todas as honras em uma cerimônia no Beco de Honra, no centro de Baku, com a presença de Aliyev e sua esposa, Mehriban.
“Os pilotos eram experientes e sabiam que não sobreviveriam a esse pouso forçado”, disse Aliyev, elogiando-os por se sacrificarem.
“Para salvar os passageiros, eles agiram com grande heroísmo e, como resultado disso, houve sobreviventes”, disse ele.
Aliyev concedeu à tripulação postumamente o título de Herói Nacional do Azerbaijão.
O presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, também premiou os cidadãos que ajudaram a resgatar os sobreviventes, incluindo socorristas, médicos, policiais e funcionários do aeroporto e de uma empresa de energia local.
O jato da Embraer voou da capital do Azerbaijão, Baku, para Grozny, na região da Chechênia, no sul da Rússia, antes de desviar centenas de quilômetros pelo Mar Cáspio.
O gabinete presidencial do Azerbaijão disse que os pilotos lutaram para controlar o avião, tentando desesperadamente encontrar um lugar para pousar.
Com furos na fuselagem, alguns tripulantes feridos e uma cabine despressurizada, os pilotos conseguiram voar através do Mar Cáspio antes do pouso forçado.
O Beco da Honra é o cemitério moderno mais sagrado do Azerbaijão, onde políticos, poetas e cientistas proeminentes são sepultados, incluindo Heydar Aliyev, pai do atual presidente.
A filha do capitão Kshnyakin, Anastasia Kshnyakina, disse que seu pai era um piloto dedicado que levava suas responsabilidades com os passageiros muito a sério.
“Meu pai sempre disse: quando eu decolar, serei responsável não apenas pela minha vida, mas também pela vida de todos os passageiros e membros da tripulação”, disse Kshnyakina. “Com seu último voo, ele provou o que um verdadeiro herói deve ser”.
Fonte: Agência Reuters/Nailia Bagirova e Anton Kolodyazhnyy
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