O noticiário de imprensa informou que um ciclone bomba atingiria a região Sudeste do Brasil. As matérias jornalísticas, baseadas em informações meteorológicas ou órgãos oficiais, indicaram que a região seria assolada por ciclone bomba, neste fim de semana.
As informações não procedem. O ciclone extratropical que se formaram atuou no Atlântico Sul e esteve entre mil a dois mil quilômetros de distância dos estados do Sudeste do Brasil, informa o meteorologista da MetSul, Luiz Fernando Nachtigall.
O sistema se formou nas latitudes do Rio da Prata e do Rio Grande do Sul, em alto mar, a uma grande distância da costa. “Assim, o ciclone sequer chegaria perto de estados como São Paulo, Rio de Janeiro e muito menos Minas Gerais no fim de semana”, destaca Nachtigall.
Ciclones extratropicais intensos não se formam perto da Região Sudeste que não é uma região ciclogenética (de formação de ciclones), exceto por raros casos de ciclones subtropicais. Estes sistemas se formam normalmente no litoral da Argentina e perto da Antártida, em áreas até o Rio da Prata e a costa uruguaia, e com menor frequência junto ao Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Rajadas fortes podem ocorrer na costa de Santa Catarina e do Paraná. Uma vez que o ar frio vai alcançar o Leste paulista e o Rio de Janeiro, o vento pode soprar por vezes moderado com rajadas fortes em alguns pontos quando da chegada de uma frente fria e do ar mais frio no Sul e no Leste paulista e no Rio de Janeiro, mas sem previsão de vento extremamente forte.
“O que vai atingir diretamente o Sudeste do Brasil não será o ciclone e sim a frente fria associada a ele, como ocorre com as demais frentes que também são associadas a ciclones extratropicais, fenômeno comum no Atlântico Sul”, explica o meteorologista Luiz Fernando Nachtigall.
Esta frente trará chuva para áreas perto da costa no estado de São Paulo e em diferentes pontos do Rio de Janeiro. Outra consequência do ciclone no Atlântico Sul será no mar. Os ventos muitos fortes do ciclone em mar aberto devem gerar swell que, mais uma vez, deve resultar em agitação marítima nos litorais do Sul e do Sudeste do Brasil com possível ressaca do mar em diversas praias e ainda a perspectiva de ondas mais elevadas que vão ser desfrutadas pelos surfistas.
Fonte: Metsul Meteorologia https://metsul.com/verificamos-ciclone-bomba-nao-atingira-diretamente-o-sudeste-do-brasil/ .
Comente este post