A balança comercial entre o Brasil e os Estados Unidos registrou em agosto déficit de US$ 1,23 bilhão, o oitavo resultado negativo consecutivo, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
As exportações para o mercado americano somaram US$ 2,76 bilhões, queda de 18,5% frente ao mesmo mês do ano passado, enquanto as importações cresceram 4,6%, chegando a US$ 3,99 bilhões.
Apesar de já ser deficitária, a balança brasileira sentiu o impacto do tarifaço imposto pelo governo Donald Trump, principalmente em produtos como café e carne bovina, que tiveram redução nos volumes embarcados. Segundo o diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Herlon Brandão, por outro lado, itens que ficaram de fora da sobretaxa final também sofreram com o anúncio antecipado da medida, em julho.
“São múltiplos efeitos. Aeronaves, óleos combustíveis, minério de ferro e celulose não estão sujeitos à majoração de tarifas mais recentes dos Estados Unidos. Esses produtos caíram mesmo não estando sujeitos às tarifas, então eu atribuo isso à antecipação que ocorreu em julho, que gerou incerteza entre os exportadores e, agora, uma queda desses produtos”, explica.
No acumulado de janeiro a agosto deste ano, o déficit com os Estados Unidos já soma mais de US$ 3 bilhões, um aumento de 370% em relação ao mesmo período do ano passado. É o maior rombo mensal do ano e o pior desempenho desde dezembro de 2023 – última vez que o Brasil registrou superávit na relação comercial.
Enquanto isso, no balanço geral com todos os parceiros comerciais, o Brasil teve superávit de US$ 6,13 bilhões em agosto, alta de 35,8% na comparação anual. As exportações somaram passaram dos US$ 29 bilhões, puxadas principalmente por petróleo bruto, soja e milho; enquanto as importações alcançaram mais de US$ 23 bilhões, com queda nas compras de derivados de petróleo, semicondutores e veículos.
Entre os destaques de janeiro a agosto deste ano, estão o crescimento das exportações de café, carne bovina, veículos e ouro não monetário. Já nas importações, ganharam peso plataformas e embarcações, fertilizantes e máquinas industriais.
Fonte: CBN/Igor Cardim
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