O ano de 2022 chega ao fim carregado de expectativas e tristezas. O ano terminou com os brasileiros de um só lado, torcendo pelos nossos jogadores na Copa do Mundo.
O mundo chegou aos 8 bilhões de habitantes e voltou a enfrentar uma guerra. O coronavírus, que parou o planeta nos últimos dois anos, mostrou que ainda exige atenção e cuidado, mas vivemos uma pandemia controlada.
No Brasil sofreu perdas significativas, principalmente na área cultural. A última grande perda de 2022 foi o atleta do século, Edson Arantes do Nascimento.
Pelé
Quase no apagar das luzes de 2022, o Brasil perdeu mais um ídolo nacional, desta vez, do esporte. Edson Arantes do Nascimento, que ficou mundialmente conhecido como Pelé, o Rei do Futebol, morreu no dia 29, aos 82 anos, na capital paulista. De acordo com boletim médico divulgado pelo hospital, a morte ocorreu em decorrência de falência múltipla de órgãos.
O rei do futebol brasileiro estava internado desde o fim de novembro por complicações em função de um tumor no cólon. Pelé chegou a agradecer às mensagens dos fãs.
O Hospital Israelita Albert Einstein divulgou, na terça-feira (6), divulgou uma melhora do quadro geral do ex-atleta. “Permanece em quarto comum, com sinais vitais estáveis, consciente e sem novas intercorrências”, informou o boletim. Porém, no dia 21, outro boletim apontou que o craque apresentava progressão no câncer e por isso precisava de maiores cuidados relacionados às disfunções renal e cardíaca.
Pelé – Charles Dharapak/Pool via Reuters
Música
Foi um ano de grandes perdas. Na música brasileira, três mortes abalaram o Brasil e deixaram a trilha sonora do país sem pilares fundamentais. As partidas de Elza Soares (23 de junho ou 22 de julho de 1930 – 20 de janeiro de 2022), Erasmo Carlos (5 de junho de 1941 – 22 de novembro de 2022) e Gal Costa (26 de setembro de 1945 – 9 de novembro de 2022) abriram rombos na música do Brasil que jamais serão preenchidos.
Elza Soares foi a voz do morro que ganhou o mundo entre perdas e danos que a fizeram dura na queda. Foi o elo que reconectou o samba ao jazz – gênero trazido intuitivamente pela cantora no canto rouco e potente – através da África matricial.
Foi a cantora que dava voz ao samba com balanço singular, mas também com lamento típico das lavadeiras e do blues. Elza Soares, voz que transcendeu rótulos, trazia a mãe, a lata d’água, o samba, o jazz e o blues na alma. E assim, sem fronteiras, a mulher do início e do fim do mundo cantou até o fim, atiçando dores do cóccix até o pescoço.

Erasmo Carlos foi o garoto do subúrbio carioca que, no balanço das horas dos anos 1950, se maravilhou ao descobrir tanto o rock de Bill Haley (1925 – 1981) e Elvis Presley (1935 – 1977) quanto a batida diferente da bossa nova de João Gilberto (1931 – 2019). Guardou o encanto pela bossa na alma gentil e exteriorizou a paixão pelo rock, se tornando um dos pioneiros do gênero no Brasil.
Erasmo foi valoroso soldado do exército da juventude que abriu trincheira pop na música brasileira ao longo dos anos 1960. Forjou a fama de mau, virou o Tremendão e, ao lado do amigo de fé Roberto Carlos, mandou tudo para o inferno nas jovens tardes de domingo. Finda a Jovem Guarda, em 1968,
Erasmo sentou perplexo à beira da estrada até encontrar outro caminho através do samba-rock, do soul e das canções amorosas dos adultos anos 1970. Reencontrou o sucesso nos anos 1980, amargou ostracismo na década de 1990 e voltou ao pódio, já eternizado, a partir dos anos 2000.

Gal Costa foi a musa de todas as estações musicais. Da tímida Gracinha que achava João Gilberto o maior cantor do Brasil (preferência que permaneceu inalterada até o fim da vida), Maria da Graça Costa Penna Burgos se transformou em Gal Costa na efervescência tropicalista de 1967 e 1968.
A voz se abriu. Gal também se abriu para o rock e para a contracultura, da qual foi a musa brasileira no período mais duro da ditadura. Divina, maravilhosa, Gal deu voz a Dorival Caymmi (1914 – 2008), se tornou tropical ao cantar as trilhas foliãs de muitos Carnavais da fase 1979 / 1982 e ampliou o alcance da voz ao gravar românticas baladas sintetizadas para as FMs, até se reafirmar plural em 1990.
Daí em diante, a discografia alternou altos e baixos, mas até mesmo os baixos foram elevados pela dimensão da voz singular. Um cristal puro que em 2011 se revigorou nos recantos escuros de disco eletrônico idealizado por Caetano Veloso para em seguida, guiada por Marcus Preto, voltar habitar a jovial pele do futuro que sempre vislumbrou através do canto eterno.
Elizabeth II
Setembro ficou marcado pela morte da Rainha Elizabeth II, aos 96 anos, depois de sete décadas no trono. Ela morreu no Castelo de Balmoral, na Escócia, dia 8 de setembro. A causa da morte foi registrada como “velhice”.
Jô Soares
No mês anterior, em agosto, a morte do escritor e humorista Jô Soares, no dia 5 de agosto, aos 84 anos, impactou o Brasil. Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês desde o final de julho, em São Paulo e a causa da morte não foi divulgada a pedido da família.
Françoise Forton
A artista de 64 anos, que estava em tratamento contra um câncer, deixa o marido, Eduardo Barata, e o filho, Guilherme Fourton Viotti.
Françoise faleceu dia 16/01/2022.
Olavo de Carvalho
O escritor Olavo de Carvalho morreu aos 74 anos, no estado da Virgínia, nos Estados Unidos. A informação foi compartilhada pela família de Olavo nas redes sociais.
“Com grande pesar, a família do professor Olavo de Carvalho comunica a notícia de sua morte na noite de 24 de janeiro, na região de Richmond, na Virgínia, onde se encontrava hospitalizado”, diz a nota.
A causa da morte não foi divulgada. Olavo deixa a esposa, Roxane, oito filhos e 18 netos.
Claudia Jimenez
A atriz e humorista Claudia Jimenez morreu, aos 63 anos, em decorrência de uma insuficiência cardíaca.
No início dos anos 1990, a atriz teve papel de destaque no programa humorístico “Escolinha do Professor Raimundo” com a personagem Cacilda. Ela também participou do elenco de “Sai de Baixo” (1996), no papel de Edileuza.
A humorista ainda integrou o programa “Zorra Total” de 1999 a 2001, interpretando as personagens Glorinha e Greice Quéle.
Milton Gonçalves
O ator Milton Gonçalves, morreu aos 88 anos em decorrência de complicações de acidente vascular cerebral (AVC) que sofreu em 2020. A informação foi confirmada pela família. O artista morreu em casa, no Rio de Janeiro, dia 30 de maio.
O ator trabalhou em mais 40 novelas, além de atuar em em programas humorísticos e minisséries.
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