O número de casos suspeitos de ebola na província de Kasai, no sul do Congo, mais que dobrou em uma semana desde que um novo surto foi confirmado no local, informou a principal agência de saúde pública da África, nesta quinta-feira (11).
Os casos suspeitos aumentaram de 28 para 68 nos últimos dias, informou o Centro Africano de Controle e Prevenção de Doenças em um briefing online. O vírus também se espalhou de dois para quatro distritos, enquanto o número de mortos atualmente é de 16.
Moradores locais expressaram preocupação na quinta-feira com o surto, o primeiro no Congo em três anos e o primeiro na província em mais de uma década.
A província de Kasai é uma parte remota do Congo com redes rodoviárias precárias e fica a mais de 1.000 quilômetros da capital do país, Kinshasa.
Além disso, os combates no leste do Congo podem complicar os esforços para conter a doença, que pode se espalhar rapidamente devido à proximidade e densidade de vilas e províncias, disse o médico Ngashi Ngongo, consultor principal do África CDC, no briefing.
“Eram dois (distritos), agora são quatro”, disse Ngongo.
O surto foi anunciado há uma semana, depois que uma mulher grávida foi confirmada como infectada na localidade de Bulapé.
A Organização Mundial da Saúde enviou especialistas junto com a Equipe de Resposta Rápida do Congo para Kasai para fortalecer a vigilância de doenças, oferecer tratamento e monitorar a prevenção e o controle de infecções.
O país da África Central tem um histórico de ebola desde 1976. O surto mais recente é o 16º no país e o 7º na província de Kasai. Um surto anterior, entre 2018 e 2020, no leste do Congo, matou mais de 1.000 pessoas.
As autoridades locais em Kasai estão tentando conter o surto. A circulação de pessoas foi restringida e postos de controle foram instalados nas principais entradas de Tshikapa, capital da província, informaram as autoridades.
Emmanuel Kalonji, 37, morador de Tshikapa, disse à Associated Press que algumas pessoas fugiram das aldeias antes de retornar. “No entanto, dados os recursos limitados, a sobrevivência não está garantida”, disse Kalonji.
Em Bulape, as pessoas estão preocupadas com o impacto em suas condições de vida, disse Ethienne Makashi, autoridade local responsável por água, higiene e saneamento.
“No entanto, temos um caso que mostra bom progresso, o que dá um vislumbre de esperança para aqueles que recebem cuidados”, disse Makashi.
Fonte: Associated Press (AP)/Ope Adetayo
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