A operadora de rede elétrica de Cuba disse que restaurou a eletricidade na maior parte da capital Havana, nesta segunda-feira (21), mesmo com a tempestade tropical Oscar atingindo o extremo leste da ilha, derrubando árvores e linhas de energia.
Fortes ventos varreram a região enquanto a tempestade parava sobre a terra, arrancando bananeiras e arrancando telhados de casas, de acordo com imagens da televisão estatal. Mais de 254 mm de chuva caíram em alguns pontos, causando deslizamentos de terra e inundações repentinas e isolando áreas periféricas.
Tensões aumentam
Havana ficou em grande parte quieta durante a noite. Mas uma testemunha da Reuters viu vários protestos espalhados em bairros pobres e periféricos, assim como moradores batendo panelas em frustração após dias de apagões e escassez de comida e água.
O presidente Miguel Diaz-Canel falou na televisão nacional na noite de domingo, pedindo aos cubanos que expressassem suas queixas com disciplina e civilidade.
“Não vamos aceitar nem permitir que ninguém aja com vandalismo e muito menos altere a tranquilidade do nosso povo”, disse Díaz-Canel.
Os cubanos têm sofrido há meses com apagões prolongados de 10 a 20 horas por dia em grande parte do país, estragando estoques preciosos de alimentos e complicando o acesso a combustível e água.
O governo e especialistas independentes dizem que a rede, há muito tempo à beira do colapso, atingiu um ponto crítico, pois a infraestrutura obsoleta se deteriora e o combustível fica escasso.
Cuba culpa o embargo comercial dos EUA, bem como as sanções instituídas pelo ex-presidente Donald Trump, pelas dificuldades na aquisição de combustível e peças de reposição para operar e manter suas usinas movidas a petróleo.
Os EUA negaram qualquer participação nas falhas da rede.
Os aliados cubanos, Rússia, México e Venezuela, reduziram as exportações para a ilha nos últimos meses.
Fonte: Agência Reuters/Dave Sherwood e Nelson Acosta
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