O chefe da comissão da ONU para a América Latina, José Manuel Salazar, pediu aos países da região que diversifiquem seus mercados de exportação e importação e integrem suas economias em resposta às tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump.
“Em vez de substituir importações, eu usaria a palavra diversificar”, disse Salazar, secretário executivo da Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e o Caribe, à Reuters em entrevista na quinta-feira (14). Ele afirmou que a organização recomenda que seus membros renovem alianças dentro e fora da região, já que a diversificação exigiria um compromisso de longo prazo.
Salazar citou um acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia que foi finalizado pelos negociadores em dezembro, após duas décadas de negociações, e deve receber aprovação legislativa em breve.
Ele também pediu a exploração de canais de comércio e investimento com países asiáticos e africanos, e o aprofundamento da integração regional na América Latina.
A comissão das Nações Unidas apoia o desenvolvimento econômico na América Latina e no Caribe.
Salazar, economista costarriquenho, esteve no México para participar de uma conferência regional sobre mulheres. Ele afirmou que houve progresso na inclusão das mulheres nas economias latino-americanas, mas que ainda há muito a ser feito para diminuir a lacuna na participação no mercado de trabalho.
Salazar também afirmou que, devido ao envelhecimento populacional e ao declínio das taxas de fecundidade na América Latina, a demanda por cuidados para idosos aumentará. A comissão solicitou aos seus membros que destinem até 4,7% do PIB para investir em infraestrutura de atendimento a idosos até 2035.
Ele disse que tais gastos poderiam criar até 31 milhões de empregos na próxima década em 23 países da região.
Fonte: Reuters/Diego Ore
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