A Organização das Nações Unidas (ONU) vem se planejando para o retorno de Donald Trump e os cortes no financiamento e no envolvimento dos EUA com organismos mundiais que provavelmente ocorrerão com seu segundo mandato como presidente.
Houve uma sensação de “déjà vu e alguma apreensão” no organismo mundial de 193 membros, disse um diplomata asiático sênior, quando o republicano Trump venceu a eleição de terça-feira (5), nos EUA, sobre a vice-presidente democrata Kamala Harris.
“Há também alguma esperança de que uma administração transacional envolva a ONU em algumas áreas, mesmo que isso signifique retirar o financiamento de alguns dossiês. Afinal, que palco global maior e melhor existe do que as Nações Unidas?”, disse o diplomata, falando sob condição de anonimato.
Uma retirada dos EUA na ONU poderia abrir as portas para a China, que vem construindo sua influência na diplomacia global.
Trump ofereceu poucos detalhes sobre política externa em seu segundo mandato, mas os apoiadores dizem que a força de sua personalidade e sua abordagem de “paz pela força” ajudarão a dobrar os líderes estrangeiros à sua vontade. Ele prometeu resolver a guerra na Ucrânia e espera-se que dê forte apoio a Israel em seus conflitos com o Hamas e o Hezbollah em Gaza e no sul do Líbano.
Entre as principais preocupações da ONU está se os Estados Unidos decidirão contribuir menos com o organismo mundial e se retirarão de importantes instituições e acordos multinacionais, incluindo a Organização Mundial da Saúde e o acordo climático de Paris.
O financiamento dos EUA é a preocupação imediata. Washington é o maior contribuidor da ONU – com a China em segundo – respondendo por 22% do orçamento principal da ONU e 27% do orçamento de manutenção da paz.
Um país pode ficar até dois anos em atraso antes de enfrentar a possível repercussão de perder sua votação na Assembleia Geral.
Fonte: Agência Reuters/Michelle Nichols
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