O Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo (CBMES) iniciou, nessa segunda-feira (16), a Operação Saturação, que tem como objetivo reforçar o efetivo dedicado ao combate a incêndios florestais em todo o Estado. O planejamento prevê que mais bombeiros estejam empenhados, exclusivamente, nas ações de combate a incêndios em vegetação, sem prejuízo para o atendimento das demais ocorrências.
A partir da publicação do decreto de Situação de Emergência, assinado pelo governador Renato Casagrande no dia 9 de setembro, foi criada uma sala de crise que concentra as tomadas de decisão do Corpo de Bombeiros Militar. Considerando o volume de ocorrências de incêndio em vegetação e a necessidade de organização operacional para o atendimento dessas ocorrências, foi deflagrada a Operação Saturação.
Neste planejamento, o Estado foi dividido em 14 áreas operacionais e cada uma passou a contar com equipes dedicadas exclusivamente à atuação em incêndios em vegetação. A equipe extra atua em conjunto com o efetivo ordinário, que atende tanto às ocorrências de incêndio, quanto às demais.
Cada equipe extra é composta por quatro militares e está equipada com uma caminhonete com kit florestal, que possibilita a entrada em regiões de mata onde o caminhão de combate não pode chegar. Os militares também dispõem de abafadores, bombas costais e todo o equipamento necessário para a atuação em incêndios florestais.
Para a composição do efetivo extra, o CBMES está escalando militares que estariam de folga, por meio do pagamento de ISEO (Indenização Suplementar de Escala Operacional) e de diárias. A previsão é que a Operação Saturação seja mantida até o dia 10 de novembro.
“Nossos militares estão atuando em diversas frentes, em conjunto com outros órgãos, como o Iema [Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos], Defesas Civis Municipais, NOTAer, empresas privadas e sociedade civil. Este é o momento de todos estarmos empenhados na preservação das nossas matas. O mundo inteiro está passando por um período difícil, de grandes incêndios, muita seca e calor. O Corpo de Bombeiros Militar está empregando todos os recursos para mitigar os efeitos desse período crítico”, afirmou o diretor de operações do CBMES, tenente-coronel Márcio Rodrigues.
O CBMES atendeu, até o final de agosto deste ano, 2.331 ocorrências de incêndio em vegetação em todo o Estado. Em 2023, no mesmo período, foram 1.199 ocorrências. De 1º a 15 de setembro, a corporação já registrou 458 ocorrências de incêndio em vegetação, o que já é mais que o dobro registrado em todo o mês de setembro do ano passado (216 ocorrências). Se o cenário se mantiver, o Estado poderá ter o mês de setembro com o maior número de incêndios desde 1998.
“Sabemos que a ação humana é a principal causa de incêndios em vegetação e, em muitos casos, são incêndios criminosos. Em um cenário como este, a população tem um papel muito importante que é denunciar as pessoas que provocam essas queimadas. As denúncias podem ser feitas de forma anônima por meio do Disque Denúncia 181. Quem tiver fotos e vídeos pode enviar, também de forma anônima, pelo site www.disquedenuncia181.es.gov.
CICC Estiagem
Na manhã desta terça-feira (17), o Comitê Integrado de Comando e Controle (CICC) Estiagem, que reúne órgãos responsáveis pelas ações de mitigação dos impactos da estiagem que atinge o Espírito Santo, fez uma reunião. O CICC foi criado em novembro de 2023 em razão da escassez hídrica que acometeu o Estado à época. No início deste ano, as atividades foram reduzidas diante da retomada do volume de chuvas, contudo o comitê voltou a se reunir quando os níveis hídricos voltaram a ficar críticos.
Participaram representantes da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil (CEPDEC), Corpo de Bombeiros Militar; Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), Companhia Espírito-santense de Saneamento (Cesan), Polícia Militar do Espírito Santo (PMES), Consórcio Intermunicipal de Saneamento Básico do Espírito Santo (Cisabes), Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), Núcleo de Operações e Transporte Aéreo (NOTAer), Ministério Público do Espírito Santo (MPES), Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) e Iema.
Os representantes dos órgãos participantes do CICC apresentaram levantamentos e dados que indicam que o período crítico de estiagem pelo qual o Estado passa exige mobilização de todos. Os níveis dos rios estão baixos em todo o Estado, parte das estações de captação de água estão com suas ações prejudicadas e temperaturas acima da média foram registradas em quase todos os meses do ano. Os dados desta terça-feira (17) apontam que todo o Espírito Santo se encontra em seca fraca ou moderada. Devido ao cenário, a Agerh vai publicar, nesta quarta-feira (18), uma resolução de alerta com medidas para o uso consciente da água, bem como restrições para grandes usuários.
Fonte: Assessoria do Corpo de Bombeiros Militar-ES/Camila Ferreira
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