O Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Espírito Santo (Iema) realizou, na sexta-feira (31), a oficina de zoneamento do plano de manejo do Monumento Natural Estadual O Frade e a Freira (Monaff). O encontro contou com a participação de proprietários rurais, representantes de instituições públicas e empresários do entorno da unidade de conservação.
Durante a oficina, foram apresentados o zoneamento do Monaff e a proposta de redelimitação da zona de amortecimento, etapa essencial para a gestão e proteção do monumento. O zoneamento define áreas com diferentes graus de proteção e usos permitidos, garantindo que a conservação dos atributos naturais da unidade ocorra de forma integrada ao território. Ele também orienta os critérios para atividades como pesquisa, turismo, manejo e uso do solo, sempre com base nos objetivos do monumento.
A gestora do Monaff, Janine Scandiani, destacou a importância da participação social no processo. “A oficina foi marcada pelo diálogo, escuta ativa e construção coletiva. Isso é muito importante, pois fortalece a relação entre o Iema e a sociedade na busca por uma gestão participativa e eficiente do Monumento Natural”, destacou.
Monumento Natural o Frade e a Freira
O Frade e a Freira. Foto: Cacá Lima
A Unidade de Conservação foi criada principalmente por ser um marco paisagístico e histórico do Espírito Santo. A região foi declarada como Patrimônio Natural Cultural, por meio da Resolução nº 07, do Conselho Estadual de Cultura, em 12 de junho de 1986. Apresenta um conjunto granítico de 683 metros de altitude, com uma silhueta, que segunda a lenda, lembra o perfil de um frade e uma freira. Em 1938, no livro de edição particular, “Escada da vida”, o poeta cachoeirense Benjamin Silva inseriu um soneto em que conta a versão mais difundida da lenda.
“Na atitude piedosa de quem reza, / E como que num hábito embuçado, / Pôs naquele recanto a natureza / A figura de um frade recurvado. /§/ E sob um negro manto de tristeza / Vê-se uma freira tímida a seu lado, / Que vive ali rezando, com certeza, / Uma oração de amor e de pecado… /§/ Diz a lenda – uma lenda que espalharam – / Que aqui, dentre os antigos habitantes, / Houve um frade e uma freira que se amaram… /§/ Mas que Deus os perdoou lá do infinito, / E eternizou o amor dos dois amantes / Nessas duas montanhas de granito.”
Rodrigo Campaneli, em 2004, publicou um livro com o título “As mais belas lendas capixabas”. A primeira lenda que ele reconta intitula-se O Frade e a Índia (p. 8-11), em que substitui a figura da freira pela de uma indiazinha, sob a alegação de que a lenda difere da história, já que ainda não havia freiras aqui no séc. XVII.
Em 1860, Dom Pedro II em visita ao Espírito Santo, desenhou um esboço da rocha.
Atualmente o Monumento Natural é procurado por visitantes para contemplação da natureza e a prática de escalada esportiva.
Fonte: Assessoria Iema-ES
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