O risco de ser ferido pela queda de detritos espaciais é supostamente “menos de 1 em 100 mil milhões”, de acordo com a Agência Espacial Europeia (ESA), mas para uma família, de Nápoles, na Flórida, chegou muito perto depois de um pedaço de lixo da Estação Espacial Internacional (ISS) destruiu o telhado, no mês passado.
“Eu estava tremendo. Fiquei completamente descrente. Quais são as chances de algo cair em minha casa com tanta força e causar tantos danos”, disse Alejandro Otero, que morava na casa com o sua família, ao canal de TV WNK do sudoeste da Flórida. “Estou muito grato por ninguém ter se machucado”.
O objeto que impactou uma casa em Nápoles, Flórida, foi identificado como um pilar recuperado do equipamento de apoio ao voo da NASA usado para montar baterias da Estação Espacial Internacional em um palete de carga. Foto: Divulgação NASA
A NASA confirmou, na segunda-feira (15), depois de analisar os detritos espaciais em cooperação com a família, que o que inicialmente era um objeto misterioso era na verdade um pedaço da liga metálica Inconel que se esperava ter se desintegrado ao entrar na atmosfera da Terra, em 8 de março. O objeto de formato cilíndrico – que tinha 10 cm de altura, 1,6 cm de largura e pesava 1,6 kg – fazia parte de um palete de carga de baterias antigas de hidreto de níquel que a ISS lançou em 2021.
A massa total do hardware lançado foi de cerca de 2,6 toneladas (quase a mesma de um elefante africano) e, segundo a NASA, “especialistas usam modelos de engenharia para estimar como os objetos aquecem e se quebram durante a reentrada atmosférica”. Após a sobrevivência não intencional do que a NASA disse ser um pilar da palete, a ISS agora realizará uma investigação e atualizará a sua modelação e análise.
Um palete externo cheio de velhas baterias de níquel-hidrogênio foi lançado da Estação Espacial Internacional, em órbita 260 milhas acima do Oceano Pacífico, em 11 de março de 2021. Foto: Divulgação NASA
Os detritos espaciais da órbita baixa da Terra têm sido um problema desde o lançamento do primeiro satélite em 1957. Desde então, pelo menos 36.5 mil objetos maiores que 10 cm. foram registrados, um milhão entre 1 cm. e 10 cm., e 130 milhões com menos de 1 cm, segundo dados da ESA. E embora o risco de estes caírem e ferirem pessoas na Terra continuar baixo, as colisões em órbita – ameaçando satélites e outras tecnologias espaciais – estão aumentando à medida que a quantidade de detritos espaciais continua a se acumular.
“A NASA”, disse a agência na segunda-feira (15), “continua comprometida em operar com responsabilidade na órbita baixa da Terra e em mitigar o máximo de risco possível para proteger as pessoas na Terra quando o equipamento espacial precisar ser liberado”.
Fonte: Time
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