Famílias embarcaram em balsas e voos extras foram reservados para ajudar as pessoas a deixar Santorini nesta segunda-feira (3), enquanto dezenas de tremores abalavam a ilha grega pelo quarto dia consecutivo.
Tremores foram registrados entre as ilhas vulcânicas de Santorini e Amorgos, no Mar Egeu, desde sexta-feira, forçando as autoridades a fechar escolas em Santorini e nas proximidades de Ios, Amorgos e Anafi.
Terremotos, alguns com magnitude acima de 4, sacudiram Santorini a cada poucos minutos na segunda-feira, enquanto as pessoas eram aconselhadas a ficar longe de espaços fechados e pequenos portos. Unidades de resposta a desastres foram enviadas ao solo como precaução.
Especialistas disseram que a atividade sísmica na ilha, cujas áreas mais populosas ficam em penhascos íngremes, continuará por semanas.
Autoridades locais disseram que os moradores permanentes não estavam particularmente preocupados, pois estavam acostumados a terremotos, mas alguns que estavam na ilha, um destino popular de férias, a trabalho, estavam se mudando.
“Há três dias, há terremotos o tempo todo, a cada cinco minutos, são contínuos, não param de jeito nenhum, a ilha inteira está traumatizada”, disse Tzanis Lignos, 35, que conseguiu passagens para ele, sua esposa e seu filho partirem.
“Ninguém conseguiu dormir ontem à noite, nem minha esposa. Havia muito barulho. Saímos correndo para fora, é por isso que não podemos mais ficar aqui”.
Muitos correram para embarcar na balsa na segunda-feira, incluindo famílias com bebês e crianças.
“Há terremotos constantes, são intensos, nós sentimos”, disse Zoi Lignou, 72 anos. “Fomos pacientes por três dias, mas hoje foi o pior, então dissemos que iríamos embora, por quantos dias fossem necessários”.
A Aegean Airlines informou que operará três voos adicionais de e para Santorini na segunda e terça-feira para facilitar a viagem de moradores e visitantes, a pedido do Ministério da Proteção Civil da Grécia.
“Estimamos que (a atividade) continuará por alguns dias e pode haver uma longa sequência sísmica”, disse Efthymios Lekkas, professor de geologia tectônica e gestão de desastres e parte de uma equipe de especialistas que avalia a situação no local, à televisão grega.
A Grécia fica sobre diversas falhas geológicas e é frequentemente abalada por terremotos.
Uma das maiores erupções vulcânicas da história, por volta de 1600 a.C., formou Santorini em sua forma atual. A última erupção na área ocorreu em 1950.
Especialistas disseram que uma leve atividade vulcânica também registrada perto de Santorini nos últimos dias não estava relacionada aos terremotos.
Fonte: Agência Reuters/Angeliki Koutantou
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