Os Estados Unidos estão se recusando a copatrocinar um projeto de resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) que marca três anos desde a invasão da Ucrânia por Moscou, que apoia a integridade territorial de Kiev e condena a agressão russa, disseram três fontes diplomáticas, em uma possível mudança radical do aliado ocidental mais poderoso da Ucrânia.
A medida parece espelhar um racha cada vez maior entre o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e o presidente dos EUA, Donald Trump, que está tentando acabar rapidamente com a guerra na Ucrânia e cuja equipe manteve conversações com a Rússia sem o envolvimento de Kiev.
A disputa representa uma grande crise política para a Ucrânia, que usou dezenas de bilhões de dólares de ajuda militar dos EUA acordada sob a administração anterior dos EUA para resistir à invasão da Rússia e também se beneficiou do apoio diplomático.
O projeto de resolução para a Assembleia Geral da ONU condena a agressão russa e reafirma o compromisso “com a soberania, independência, unidade e integridade territorial da Ucrânia dentro de suas fronteiras internacionalmente reconhecidas”.
“Nos anos anteriores, os Estados Unidos copatrocinaram consistentemente essas resoluções em apoio a uma paz justa na Ucrânia”, afirmou nesta quinta-feira (20) uma das fontes que, como as outras, pediu anonimato para discutir assuntos delicados.
A primeira fonte diplomática disse que a resolução estava sendo patrocinada por mais de 50 países, mas não quis identificá-los.
Um porta-voz da missão diplomática dos EUA nas Nações Unidas em Genebra não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
A Rússia tomou cerca de 20% da Ucrânia e está ganhando território lentamente, mas de forma constante, no leste. Moscou diz que sua “operação militar especial” respondeu a uma ameaça existencial representada pela busca de Kiev pela adesão à Otan. A Ucrânia e o Ocidente consideram a ação da Rússia uma apropriação imperialista de terras.
Os Estados Unidos têm sido copatrocinadores de quase todas as resoluções da ONU em apoio à Ucrânia contra a Rússia durante o maior conflito em solo europeu desde a Segunda Guerra Mundial.
Não ficou imediatamente claro quando termina o prazo para apoiar o projeto de resolução, e Washington ainda pode mudar de ideia.
A Rússia tomou cerca de 20% da Ucrânia e está lentamente, mas firmemente, ganhando território no leste. Moscou disse que sua “operação militar especial” respondeu a uma ameaça existencial representada pela busca de Kiev pela filiação à OTAN. A Ucrânia e o Ocidente chamam a ação da Rússia de apropriação de terras imperialista.
Fonte: Agência Reuters/Tom Balmforth, Emma Farge e Sabine Siebold
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