O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, rejeitou a proposta de cessar-fogo com o Hamas e disse que a vitória na guerra no Oriente Médio, que completou quatro meses nesta quarta-feira (7), é questão de tempo. Em entrevista à imprensa, ele reforçou um policiamento que tem realizado desde o começo do conflito, de que a única solução para a Faixa de Gaza é a derrota do grupo islâmico.
“Render-se às condições delirantes do Hamas levará a outro massacre e trará uma grande tragédia para Israel que ninguém estaria disposto a aceitar”, disse. “A operação militar para desmantelar o Hamas continuará até o fim”, acrescentou.
No domingo (4), o premiê já tinha dito que rejeitava os acordo de cessar-fogo no enclave palestino e garantido que o conflito só vai acabar quando o grupo islâmico for eliminado e os reféns liberados – 132 continuam em Gaza, incluindo 29 que se acredita que tenham morrido.
Há duas semanas, Catar, Egito e Estados Unidos tentam firmar um novo acordo entre os envolvidos no conflito para cessar as hostilidade e permitir a libertação dos reféns que ainda estão no enclave palestino.
O Hamas propôs um acordo de trégua em três fases a Israel, que incluiria a libertação dos reféns sequestrados no último dia 7 de outubro, bem como a retirada total das tropas da Faixa de Gaza. A proposta é que as três fases tenham duração de 45 dias cada, totalizando 135 dias, sendo a primeira focada na libertação dos reféns, mulheres e crianças (menores de 19 anos, não militares), idosos e doentes.
A rejeição de Netanyahu a esse acordo vem em no mesmo dia em que ele ordenou que as forças israelenses ataque Rafah, cidade em que fica localizada a fronteira com o Egito e por onde estava sendo realizada a retirada e reféns, estrangeiros, feridos e a entrada de medicamento no enclave palestino que vive uma crise humanitária desencadeada pelo cerco imposto por Netanyahu logo no começo da guerra.
Mais de 1,3 milhão de deslocados, cinco vezes a população inicial da cidade, estão em Rafah em condições desesperadoras, segundo a ONU.
A pressão pelo cessar-fogo aumentou em um momento em que as forças israelenses avançam para Rafah, cidade do sul da Faixa de Gaza, fronteiriça com o Egito, onde se refugiou mais da metade da população do pequeno território palestino.
De Jerusalém, Blinken urgiu o envio de mais ajuda humanitária a Gaza, cujos 2,4 milhões de habitantes sofrem com falta de água, comida, medicamentos e combustível. “Todos temos a obrigação de fazer tudo o possível para levar a ajuda necessária aos que dela precisam desesperadamente”, insistiu, antes de viajar para a Cisjordânia ocupada, onde se reuniu com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas.
O secretário geral da ONU, António Guterres, advertiu que se o exército israelense avançar para Rafah, “aumentaria exponencialmente o que já é um pesadelo humanitário com consequências regionais incalculáveis”.
“Chegou a hora de um cessar-fogo humanitário imediato e da libertação incondicional de todos os reféns”, acrescentou, em um discurso na Assembleia Geral.
Fonte: Agência France Express
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