A Ucrânia e a Rússia anunciaram, nesta quarta-feira (3), sua primeira troca de prisioneiros de guerra em quase cinco meses, com mais de 200 libertados por cada lado, após o que ambos disseram ser uma negociação complexa envolvendo mediação dos Emirados Árabes Unidos.
O Ministério da Defesa da Rússia disse que 248 militares foram entregues pela Ucrânia. Kiev disse ter trazido para casa 230 pessoas – 224 soldados e seis civis – no que foi considerado a maior troca de tropas documentada até agora.
O Ministério das Relações Exteriores dos Emirados Árabes Unidos reconheceu o seu papel, dizendo num comunicado que a troca foi possível graças às suas “fortes relações amistosas” com Moscou e Kiev.
Ofereceu mais esforços humanitários e para encontrar uma solução pacífica para a guerra.
Um vídeo divulgado pelas autoridades ucranianas mostrou prisioneiros que retornavam envoltos na bandeira azul e amarela do país saindo de um ônibus, cantando o hino nacional e gritando a saudação patriótica “Glória à Ucrânia”.
A maioria, mas não todos, parecia estar de boa saúde.
. Um repatriado gritou: “Chegamos em casa! Vocês não se esqueceram de nós!”
O Ministério da Defesa russo divulgou um vídeo semelhante mostrando o retorno de prisioneiros uniformizados chegando a Belgorod em ônibus. “Estarei em casa em cinco horas, grosso modo, será uma alegria”, disse um homem não identificado.
Apesar da falta de conversações sobre como acabar com a guerra de 22 meses, Kiev e Moscou realizaram muitas trocas de prisioneiros desde os primeiros meses da invasão russa em Fevereiro de 2022. Mas a taxa das trocas caiu em 2023 e a última, até esta semana, foi em agosto.
Kyrylo Budanov, chefe da agência de Inteligência Militar HUR da Ucrânia, destacou o “papel direto” dos Emirados Árabes Unidos, dizendo: “Depois de um período de tempo significativo, conseguimos realizar uma troca de prisioneiros muito difícil”.
O presidente Volodymyr Zelensky disse que foi “realmente um grande dia para a Ucrânia” e prometeu prosseguir com novas trocas facilitadas pela expansão do que chamou de “fundo de troca” de soldados russos capturados.
“Quanto mais russos capturarmos, mais eficazes serão as negociações relativas às trocas”, disse ele em seu discurso noturno em vídeo. Ele disse que alguns dos repatriados já haviam sido listados como desaparecidos.
Os repatriados da Ucrânia vieram de vários ramos das suas forças armadas e incluíram participantes na defesa de quase três meses da siderúrgica Azoystal, no porto de Mariupol, antes de esta ser capturada pelas forças russas em maio de 2022.
Do lado russo, um comunicado do Ministério da Defesa disse que os prisioneiros libertados seriam submetidos a exames médicos e tratamento.
A Comissária Russa para os Direitos Humanos, Tatyana Moskalkova, agradeceu ao presidente Vladimir Putin e aos serviços militares e de inteligência pelos seus esforços no intercâmbio.
Fonte: Agência Reuters
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