Uma onda de protestos tomou conta de Israel, neste domingo (1º), após a confirmação de que o exército recuperou os corpos de seis reféns, no sul da Faixa de Gaza.
Milhares de israelenses se manifestaram nas ruas, pedindo que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu adote novos esforços para recuperar os reféns mantidos sob o poder do grupo terrorista Hamas em Gaza.
Muitos culpam o governo por não conseguir chegar a um acordo de cessar-fogo na guerra contra o Hamas para a troca de reféns sequestrados pelo grupo terrorista nos ataques de 7 de outubro de 2023 –essa é uma demanda da maioria dos israelenses desde o início do conflito, segundo pesquisas. Apesar disso, Netanyahu também tem apoio significativo em sua estratégia sem concessões contra o Hamas, mesmo que isso prejudique acordos pelos reféns.
A onda de protestos deste domingo (1º) contra o governo é uma das maiores do tipo desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, mas o país segue profundamente dividido.
As negociações por um cessar-fogo com troca de reféns se arrastam há meses desde o primeiro acordo, em novembro de 2023. Uma nova rodada de negociações, mediadas pelos Estados Unidos, Catar e Egito, está em curso, porém diferenças significativas entre as partes ainda permanecem.
“Nós realmente achamos que o governo está tomando essas decisões para sua própria conservação e não para as vidas dos reféns, e precisamos dizer a eles: ‘Parem!’”, disse Shlomit Hacohen, um morador de Tel Aviv, à Associated Press.
Em Jerusalém, estradas foram bloqueadas, com manifestações do lado de fora da residência do primeiro-ministro. Na principal rodovia de Tel Aviv, manifestantes bloquearam a passagem, segurando bandeiras com fotos dos reféns mortos.
Greve geral
O principal aeroporto internacional de Israel suspendeu voos, nesta segunda-feira (2) como parte de uma greve nacional após a grande mobilização pública pela morte de seis prisioneiros nos túneis do Hamas na Faixa de Gaza, enquanto aumentam os apelos para que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu garanta um acordo de cessar-fogo.
O maior sindicato do país, conhecido como Histadrut, ameaçou fechar a economia “inteira”, com seu presidente Arnon Bar-David alertando no domingo que Israel estava “em uma espiral descendente, e não paramos de receber sacos para cadáveres”.
Greve atinge serviços públicos e escolas
Além do impacto nos voos, alguns municípios israelenses disseram que participarão da greve, incluindo Tel Aviv e Haifa, de acordo com uma lista da Histadrut destacando quem aderiu à ação, bem como declarações de algumas das cidades.
A lista também inclui ministérios do governo que impactam uma ampla gama de serviços públicos, mostra o documento, incluindo partes do Gabinete do Primeiro-Ministro, o Ministério do Interior e outros.
Hospitais e unidades de saúde também podem ser afetados, pois ambos funcionarão em horários de fim de semana e em caráter emergencial, de acordo com o comunicado.
Fonte: CNN News/g1
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