A destruição global de áreas úmidas, que sustentam a pesca, a agricultura e o controle de enchentes, pode significar a perda de US$ 39 trilhões em benefícios econômicos até 2050, de acordo com um relatório da Convenção sobre Áreas Úmidas divulgado nesta terça-feira (15).
Cerca de 22% das áreas úmidas, tanto sistemas de água doce, como turfeiras, rios e lagos, quanto sistemas marinhos costeiros, incluindo manguezais e recifes de corais, desapareceram desde 1970, de acordo com o relatório intergovernamental, o ritmo mais rápido de perda de qualquer ecossistema.
Pressões, incluindo mudanças no uso da terra, poluição, expansão agrícola, espécies invasoras e os impactos das mudanças climáticas — como a elevação do nível do mar e a seca — estão impulsionando os declínios.
“A escala de perda e degradação está além do que podemos ignorar”, disse Hugh Robertson, principal autor do relatório.
O relatório pediu investimentos anuais de US$ 275 bilhões a US$ 550 bilhões para reverter as ameaças às áreas úmidas restantes e disse que os gastos atuais eram um “subinvestimento substancial”, sem fornecer números.
O mundo perdeu 411 milhões de hectares de áreas úmidas, o equivalente a meio bilhão de campos de futebol, e um quarto das áreas úmidas restantes agora estão classificadas como em estado de degradação, de acordo com o relatório.
Os benefícios econômicos dos pântanos incluem a regulação de enchentes, a purificação da água e o armazenamento de carbono — fatores essenciais à medida que os níveis de água sobem e as tempestades tropicais e os furacões se intensificam devido às mudanças climáticas.
Eles também apoiam as indústrias pesqueira e agrícola e oferecem benefícios culturais.
O relatório é lançado uma semana antes da reunião das partes da Convenção sobre Zonas Úmidas, em Victoria Falls, Zimbábue, um acordo global de 172 países assinado em 1971 para liderar a preservação do ecossistema.
O grupo, que inclui China, Rússia e Estados Unidos, se reúne a cada três anos, mas não está claro se todas as nações enviarão delegados.
A deterioração das zonas úmidas é particularmente grave na África, América Latina e Caribe, mas está piorando na Europa e na América do Norte, diz o relatório.
Projetos de reabilitação estão em andamento em países como Zâmbia, Camboja e China.
Fonte: Reuters/Duncan Miriri
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