O número de mortos pelo devastador terremoto em Mianmar subiu para 3.354, com 4.850 feridos e 220 desaparecidos, informou a mídia estatal, neste sábado (5), enquanto o chefe de ajuda humanitária da ONU elogiou grupos humanitários e comunitários por liderarem a resposta de ajuda.
O líder do governo militar, general sênior Min Aung Hlaing, está de volta à capital Naypyitaw após uma rara viagem ao exterior para participar de uma cúpula em Bangkok de nações do sul e sudeste da Ásia, onde também se encontrou separadamente com os líderes da Tailândia, Nepal, Butão, Sri Lanka e Índia.
Min Aung Hlaing reafirmou ao primeiro-ministro indiano Narendra Modi os planos da junta de realizar eleições “livres e justas” em dezembro, informou a mídia estatal de Mianmar.
Modi pediu que um cessar-fogo pós terremoto na guerra civil de Mianmar se tornasse permanente e disse que as eleições precisavam ser “inclusivas e confiáveis”, disse um porta-voz de relações exteriores da Índia na sexta-feira.
Os críticos ridicularizaram a eleição planejada como uma farsa para manter os generais no poder por meio de procuradores.
Desde que derrubou o governo civil eleito da ganhadora do Prêmio Nobel Aung San Suu Kyi em 2021, os militares têm lutado para administrar Mianmar, deixando a economia e os serviços básicos, incluindo a saúde, em frangalhos, uma situação agravada pelo terremoto de 28 de março.
A guerra civil que se seguiu ao golpe deslocou mais de 3 milhões de pessoas, causou insegurança alimentar generalizada e mais de um terço da população precisa de assistência humanitária, diz a ONU.
O chefe de ajuda das Nações Unidas, Tom Fletcher, passou a noite de sexta-feira na segunda maior cidade de Mianmar, Mandalay, perto do epicentro do terremoto, postando no X que grupos humanitários e comunitários lideraram a resposta ao terremoto com “coragem, habilidade e determinação”.
“Muitos perderam tudo e, mesmo assim, continuaram saindo para ajudar os sobreviventes”, disse ele.
O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos disse na sexta-feira que a junta estava restringindo o fornecimento de ajuda para áreas atingidas pelo terremoto onde as comunidades não apoiavam seu governo. O escritório da ONU disse que estava investigando 53 ataques relatados pela junta contra oponentes, incluindo ataques aéreos, dos quais 16 foram depois que o cessar-fogo foi declarado na quarta-feira (2).
Fonte: Shoong Naing e John Mair
Comente este post