Dezenas de milhares de pessoas marcharam por Belgrado, na sexta-feira (19), em um protesto contra o governo após dois tiroteios em massa que mataram 18 pessoas, culpando as mortes por uma cultura de violência que, segundo críticos, as autoridades permitiram apodrecer sem controle.
Em 3 de maio, um adolescente matou nove alunos e um guarda de segurança no primeiro tiroteio em massa em uma escola na Sérvia, e um dia depois um homem de 21 anos matou oito nos arredores de Belgrado.
Os partidos da oposição, que organizaram a manifestação, dizem que o governo, liderado pelo Partido Progressista Sérvio (SNS), do presidente Aleksandar Vucic, falhou em controlar a mídia que promoveu a violência e em agir contra elementos criminosos na sociedade.
Os recentes reality shows da TV sérvia apresentaram criminosos condenados, incluindo assassinos, e mostraram homens espancando mulheres.
Os manifestantes pediram que Vucic, o ministro do Interior, Bratislav Gasic, e o chefe da agência de segurança da Sérvia renunciassem.
Principais partidos de oposição da Sérvia protestam contra a violência e em reação aos dois tiroteios em massa na mesma semana, que abalaram o país, em Belgrado, Sérvia. Foto: REUTERS/Marko Djurica
“Vim aqui para protestar contra a vida neste país do jeito que está agora, contra a violência que está visível em todos os lugares no discurso público, na mídia, contra este mal que estamos vivendo e contra a forma como este país está sendo conduzido”, disse um professora universitária que deu seu nome como Vera. “Esse número de pessoas me deixa otimista.”
Política
O governo nega as acusações dos partidos de oposição e os acusa de organizar os protestos para obter ganhos políticos. Gasic admitiu, na sexta-feira, (19), no parlamento, que várias queixas criminais foram apresentadas contra o atirador de 21 anos, mas nunca foram processadas.
Em um contra-comício em Pancevo, uma cidade nos arredores de Belgrado, Vucic acusou a oposição de tentar usar os tiroteios em massa para autopromoção. “A Sérvia está farta de suas revoluções”, disse ele.
Fonte: Reuters
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