Milhares de manifestantes foram às ruas na França protestar contra a reforma da Previdência, na segunda-feira (1º), Dia do Trabalho. Foram registrados confrontos entre policiais e manifestantes em várias cidades, como Paris e Nantes.
A reforma foi aprovada pelo presidente Emmanuel Macron, em março, e eleva de 62 para 64 anos a idade de aposentadoria.
As manifestações reuniram entre 782 mil e 2,3 milhões de pessoas, respectivamente, segundo as autoridades e o sindicato CGT, embora não tenham alcançado o nível de mobilização do começo de março.
Segundo o ministro do Interior, Gerald Darmanin, 108 membros das forças de segurança ficaram feridos.
“É um grande 1º de maio. Não é o fim da luta, é o protesto do mundo do trabalho contra esta reforma”, disse o líder do sindicato CFDT, Laurent Berger, no começo do protesto, em Paris.
A França virou o centro das atenções do mundo desde o começo dos protestos, em janeiro deste ano. Tanto que representantes sindicais da Coreia do Sul, Turquia, Colômbia, Espanha, e de outros países, estiveram presentes em Paris. “Não se trata de preservar as aposentadorias na França, mas em todo o mundo. As pessoas deveriam poder se aposentar dignamente”, disse David Huerta, de 56 anos, representante do sindicato americano do setor de serviços.
Nos protestos desta segunda-feira, ativistas ambientais atiraram tinta na fachada da Fundação Louis Vuitton e na sede do Ministério da Justiça francês. O intuito é denunciar uma “lei da Previdência climaticida”.
O assunto está longe de ter um ponto final. Os sindicatos têm a expectativa de que o Conselho Constitucional valide, na quarta-feira, um pedido da oposição de esquerda para organizar um referendo que limite a idade da aposentadoria a 62 anos, após a rejeição a uma proposta similar.
Por outro lado, Macron defende a reforma de evitar um déficit futuro no caixa previdenciário. Ele busca lançar seu segundo mandato até 2027. Entretanto, sempre é recebido com panelaços e vaias em suas viagens pela França.
No entanto, o presidente francês pretende não ceder à pressão. Os sindicatos prometem continuar na luta contra uma reforma vista como injusta. As entidades avaliam que a reforma penaliza as mulheres que interromperam suas carreiras para cuidar dos filhos e aqueles que começaram a trabalhar muito jovens.
Fonte: AFP
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