Nos últimos meses, a fronteira entre a cidade americana San Diego e o México se tornou uma das passagens mais movimentadas para imigrantes que buscam refúgio e oportunidades nos Estados Unidos.
Varias famílias de imigrantes aguardam os agentes da Patrulha de Fronteira depois de fazer o cruzamento entre os países. Algumas delas levaram seus filhos, inclusive bebês, ao longo do trecho remoto do deserto da Califórnia.
Em maio, foram vistos colombianos, equatorianos, peruanos, turcos, brasileiros, jordanianos, egípcios, indianos e chineses entre os imigrantes – um grupo mais variado do que os mexicanos que formavam a maior parte dos imigrantes nos anos anteriores.
O alto volume de travessias provocou uma tempestade política para o presidente americano, Joe Biden, à medida que o democrata busca a reeleição em novembro.
Os republicanos e seu provável candidato à presidência, Donald Trump, criticam a política de imigração de Biden.
O governo do democrata espera que o número de imigrantes que atravessam o país caia após o anúncio de uma ampla proibição de asilo.
Segundo governo Biden, as altas taxas de detenções na fronteira desencadearam as medidas, que entraram em vigor imediatamente. As novas regras incluem exceções para crianças desacompanhadas, pessoas que enfrentam sérias ameaças médicas ou de segurança e vítimas de tráfico.
Em abril, cerca de 30% de todas as detenções da Patrulha de Fronteira na fronteira entre os EUA e o México ocorreram no setor de San Diego, segundo dados da Alfândega e Proteção de Fronteiras do país americano.
Neste ano fiscal que começou em outubro, houve mais de 1,16 milhão de apreensões de imigrantes em toda a fronteira, até agora.
Os colombianos que aguardam no local dizem que seu país se tornou muito perigoso e que receberam ameaças contra suas vidas.
“Houve ameaças contra mim”, disse Edward, um professor de 35 anos que pediu que apenas seu primeiro nome fosse divulgado.
“Onde morávamos, havia muita insegurança. E, infelizmente, a partir de fevereiro, começaram a nos ameaçar e decidimos vir para cá”, acrescentou.
O homem fez a travessia com a esposa Luisa e a filha de 11 meses. O casal espera chegar a Nova York.
Descendo a cerca, grupos de imigrantes viajam para uma área montanhosa e coberta de pedras, onde há uma ruptura na cerca da fronteira. Eles contornam a cerca e se dirigem para áreas onde serão apanhados pela Patrulha de Fronteira.
Kali Kai Braun, de 49 anos, gerente de propriedade de um campo de tiro que fica bem próximo à fronteira com os EUA, disse que grandes grupos começaram a chegar no meio da noite.
Recentemente, o homem testemunhou um grupo de 70 a 100 imigrantes atravessando à 1h da manhã e ficou acordado para garantir que eles não entrassem na propriedade.
Normalmente, Braun vê uma média de 30 a 40 imigrantes por dia, a maioria atravessando pela manhã.
Fonte: Agência Reuters/Andrees Latif e Mary Miliken
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