As operações de evacuação já resultaram na retirada de dois terços dos cidadãos europeus que se encontravam em Cartum, onde, depois de uma trégua falhar , foram retomados os combates mortíferos dos últimos nove dias, que já fizeram mais de 420 mortos e 3,7 mil feridos no Sudão.
Segundo o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, saíram, até ao momento, mais de mil europeus que se encontravam no país:
“Quero agradecer os esforços combinados dos muitos países que trouxeram, não só os seus cidadãos, mas também todos os outros que puderam trazer. Tem sido uma operação bem sucedida, mas complexa. Estive em contacto com os dois generais que lutam no Sudão e agora o cessar-fogo chegou ao fim. Temos de continuar a fazer pressão para obter um acordo político”, diz Borrell.
Um responsável europeu tinha afirmado, na sexta-feira (21), que havia cerca de 1,5 mil cidadãos estrangeiros na capital, Cartum, na maioria ligados a missões diplomáticas.
Várias capitais árabes também evacuaram centenas de cidadãos, na maioria por terra, através da fronteira com o Egito, e por mar a partir de Porto Sudão.
Peritos e organizações humanitárias interrogam-se sobre a situação dos milhões de sudaneses afetados pelos combates.
Evacuação da embaixada dos EUA
As forças de operações especiais dos EUA levaram a cabo uma evacuação precária da embaixada dos EUA no Sudão, no domingo (23). Os Estados Unidos fecharam a sua missão diplomática indefinidamente. Ficaram para trás milhares de cidadãos americanos.
Funcionários norte-americanos disseram que seria demasiado perigoso levar a cabo uma operação de evacuação mais ampla.
As operações de evacuação prosseguem ao mesmo tempo que os combates, que vão no nono dia consecutivo.
Mais de 420 pessoas, incluindo 264 civis, foram mortas e mais de 3,7 mil ficaram feridas.
Conflito
A luta pelo poder entre os militares sudaneses, liderados pelo general Abdel-Fattah Burhan, e as Forças de Apoio Rápido (RSF), lideradas pelo general Mohammed Hamdan Dagalo, deu um duro golpe nas esperanças do Sudão de uma transição democrática.
Os generais rivais chegaram ao poder após uma revolta pró-democracia que levou à expulsão do antigo homem forte, Omar al-Bashir.
As batalhas entre dois comandantes sudaneses rivais forçaram o fechamento do principal aeroporto internacional e deixaram as estradas do país sob o controle de combatentes armados.
Os combates no Sudão eclodiram em 15 de abril, entre os dois comandantes, que há 18 meses orquestraram conjuntamente um golpe militar para pressionarem a “transição da nação para a democracia”.
A luta pelo poder entre os dois chefes militares obriga milhões de sudaneses a ficarem trancados em casa.
A violência incluiu um ataque a uma escolta diplomática americana e numerosos incidentes em que diplomatas e trabalhadores humanitários estrangeiros foram mortos, feridos ou agredidos.
Fonte: Euronews/AP
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