Um comboio de caminhões militares e veículos blindados partiu para a fronteira norte do Brasil, nesta sexta-feira (2), para reforçar a presença do Exército brasileiro em resposta às tensões sobre a reivindicação da Venezuela sobre a região de Esequibo, na Guiana.
Mais de duas dezenas de carros blindados chegaram a Manaus por transporte fluvial e alguns partiram por estrada para Boa Vista, capital do estado de Roraima, onde a guarnição local será aumentada para 600 soldados, informou o Exército em comunicado.
Os reforços de veículos blindados incluem seis Cascavel, carro blindado brasileiro de seis rodas com canhão de 37 mm; oito Guarani, veículo de transporte de pessoal 6×6; e 14 Guaicuru, um carro blindado leve multitarefa com tração nas quatro rodas, disse o Exército. Os carros blindados mais pesados foram transportados em caminhões reboque.
Os oficiais do Exército não souberam informar se os veículos permanecerão em Boa Vista ou serão enviados para Pacaraima, na fronteira com a Venezuela.
O conflito fronteiriço envolve uma região de 160 mil quilômetros quadrados (62 mil milhas quadradas) da Guiana, que tem mais do dobro do tamanho da Irlanda e é composta principalmente por selva densa.
A Venezuela reativou uma antiga reivindicação sobre Esequibo nos últimos anos, depois de grandes depósitos de petróleo e gás terem sido descobertos no mar.
A Venezuela e a Guiana concordaram em dezembro em não usar a força nem aumentar a tensão na disputa numa reunião em São Vicente e Granadinas. Na semana passada, em reunião mediada pelo Brasil, a Venezuela prometeu manter a diplomacia para resolver o conflito.
Mas o renascimento da reivindicação de Caracas levou o Brasil a dizer que não permitiria que a Venezuela usasse o território brasileiro em Roraima para invadir Esequibo, não havendo outra rota terrestre através da selva.
Um relatório do Estado Maior Conjunto militar brasileiro concluiu que a Venezuela não tem capacidade militar para invadir Esequibo porque tem “pouca capacidade logística” para apoiar missões na fronteira.
O documento de sete páginas afirma que o Brasil tem um plano de contingência para evitar que qualquer incursão militar venezuelana contra a Guiana passe pelo território brasileiro.
Concluiu, no entanto, que um confronto entre os dois vizinhos do Brasil era improvável, uma vez que uma solução pacífica estava emergindo.
Fonte: Agência Reuters
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