A farmacêutica francesa Valneva anunciou, na terça-feira (13), que a primeira vacina contra o vírus Chikungunya , transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, teve resultados positivos. Os resultados foram elogiados por especialistas, embora o teste tenha sido realizado com pacientes nos Estados Unidos, onde o vírus não é endêmico.
Detectado em 115 países desde a sua descoberta na Tanzânia, em 1952, o vírus causa febre e dores nas articulações, e raramente é fatal. É transmitido aos seres humanos por meio do mosquito do tipo Aedes. A doença, para a qual ainda não existe medicamento, cresceu exponencialmente nas Américas.
Entre janeiro e abril, foram detectados 135 mil casos no continente, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Nos primeiros seis meses de 2022, foram registrados 50 mil casos na região.
A Valneva testa a vacina em adolescentes no Brasil, onde o vírus é endêmico. Os resultados podem ser decisivos para o futuro do medicamento. A vacina é conhecida como VLA1553.
Segundo a empresa, autoridades americanas podem dar a sua aprovação em agosto. O novo teste, de fase três (última fase antes de solicitar o exame do medicamento perante autoridades) envolveu mais de 4.1 mil adultos saudáveis nos Estados Unidos, onde o Chikungunya não é endêmico.
Um total de 99% dos pacientes geraram anticorpos capazes de neutralizar o vírus, segundo estudo publicado na revista “The Lancet”.
A vacina, que requer uma injeção única, gerou efeitos colaterais semelhantes aos de outros fármacos.
Os resultados são promissores, destacou Martina Schneider, chefe de estratégia clínica da Valneva e principal autora do estudo. “Ela poderia representar a primeira vacina contra o Chikungunya para quem vive em regiões endêmicas, bem como para viajantes”, explicou.
A OMS alertou em abril que doenças transmitidas por mosquitos, como Dengue e Chikungunya, poderiam se espalhar devido às mudanças climáticas.
Outro medicamento contra o vírus é desenvolvido pela farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic.
Fonte: AFP
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