O Twitter restaurou um recurso que promove linhas diretas de prevenção ao suicídio e outros recursos de segurança para usuários que procuram determinado conteúdo, depois de sofrer pressão de alguns usuários e grupos de segurança do consumidor sobre sua remoção.
A Reuters informou, na sexta-feira (23), que o recurso foi retirado há alguns dias, citando duas pessoas familiarizadas com o assunto, que disseram que a remoção foi ordenada pelo novo proprietário da plataforma de mídia social, Elon Musk.
Após a publicação da história, a chefe de confiança e segurança do Twitter, Ella Irwin, confirmou a remoção e a chamou de temporária.
O Twitter estava “corrigindo a relevância, otimizando o tamanho dos prompts de mensagem e corrigindo prompts desatualizados”, disse Irwin em um e-mail à Reuters. “Sabemos que eles são úteis e nossa intenção não era removê-los permanentemente.”
Cerca de 15 horas após o relatório inicial, Musk, que inicialmente não respondeu aos pedidos de comentário, twittou “Falso, ainda está lá”. Em resposta às críticas dos usuários do Twitter, ele também twittou “Twitter não impede o suicídio”.
O recurso, conhecido como #ThereIsHelp, coloca um banner no topo dos resultados de pesquisa para determinados tópicos. Ele listou contatos para organizações de apoio em muitos países relacionados a saúde mental, HIV, vacinas, exploração sexual infantil, COVID-19, violência de gênero, desastres naturais e liberdade de expressão.
No sábado, o banner voltou a pesquisar sobre suicídio e violência doméstica em vários países com termos como “shtwt”, abreviação de “Twitter de automutilação”.
Não ficou claro se o recurso foi restaurado para outras categorias. O recurso não estava aparecendo para algumas consultas de pesquisa que o Twitter disse anteriormente que o acionaram, como “#HIV”.
Irwin não respondeu imediatamente a um pedido de comentário no sábado.
O Twitter proíbe os usuários de incentivar a automutilação, embora grupos de segurança do consumidor tenham criticado a empresa por permitir postagens que, segundo eles, violam a política.
No sábado, tweets mostrando imagens gráficas de pessoas cortando os braços apareceram abaixo de banners em buscas por automutilação.
O desaparecimento de #ThereIsHelp levou alguns grupos de segurança do consumidor e usuários do Twitter a expressarem preocupação com o bem-estar de usuários vulneráveis da plataforma.
Em parte devido à pressão de tais grupos, serviços de internet, incluindo Twitter, Alphabet’s Google e Meta’s Facebook há anos tentam direcionar usuários a provedores de recursos conhecidos por questões de segurança.
Em seu e-mail, Irwin do Twitter disse: “O Google se sai muito bem com isso em seus resultados de pesquisa e estamos refletindo parte de sua abordagem com as mudanças que estamos fazendo”.
Ela acrescentou: “O Google fornece prompts de mensagens altamente relevantes com base em termos de pesquisa, eles estão sempre atualizados e são otimizados adequadamente para celular e web”.
Eirliani Abdul Rahman, que fazia parte de um grupo consultivo de conteúdo do Twitter recentemente dissolvido, disse que o desaparecimento de #ThereIsHelp foi “extremamente desconcertante” e que remover completamente um recurso para reformulá-lo era incomum.
Fonte: Agência Reuters
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