Dezesseis pessoas foram libertadas de prisões russas no maior acordo de troca de prisioneiros entre a Rússia e o Ocidente desde a Guerra Fria.
O jornalista norte-americano Evan Gershkovich e o ex-fuzileiro naval norte-americano Paul Whelan retornaram aos Estados Unidos, na quinta-feira (1°), horas depois de serem libertados da detenção russa. O repórter americano Evan Gershkovich estava preso na Rússia desde 2023.
A Casa Branca disse que negociou a troca com a Rússia, a Alemanha e três outros países. O acordo, trabalhado em segredo por mais de um ano, envolveu 24 prisioneiros – 16 se mudando da Rússia para o Ocidente e oito enviados de volta para a Rússia do Ocidente.
De acordo com a Turquia, que disse ter facilitado e sediado o acordo, oito russos detidos em prisões americanas e europeias foram devolvidos em troca.
Eles foram detidos nos EUA, Noruega, Eslovênia, Polônia e Alemanha e incluem várias pessoas com suspeitas de vínculos com a inteligência russa.
O presidente dos EUA, Joe Biden, saudou o acordo como “um feito de diplomacia e amizade” e elogiou os aliados de Washington por suas “decisões ousadas e corajosas”.
Biden e a vice-presidente Kamala Harris, animados pela ocasião, cumprimentaram os americanos libertados Gershkovich, Whelan e a jornalista Alsu Kurmasheva, bem como o dissidente russo e residente nos EUA Vladimir Kara-Murza, quando chegaram à Base Conjunta Andrews, Maryland, pouco antes da meia-noite (04:00 GMT).
“O acordo que garantiu a liberdade deles foi um feito de diplomacia. Ao todo, negociamos a libertação de 16 pessoas da Rússia – incluindo cinco alemães e sete cidadãos russos que eram prisioneiros políticos em seu próprio país”, afirmou Biden.
Prisioneiros
Um dos prisioneiros que devem voltar para a Rússia é Vadim Krasikov, identificado por autoridades alemãs como coronel do serviço de inteligência russo FSB, que está cumprindo pena perpétua pelo assassinato de um oponente do Kremlin em 2019 em um parque de Berlim.
A presidência turca disse que todos os prisioneiros desceram de aeronaves no aeroporto de Ancara, foram transferidos para locais seguros sob a supervisão de autoridades de segurança turcas e, em seguida, colocados em aviões para seus respectivos países de destino.
A troca ocorre após dias de especulação sobre uma grande troca entre vários países, que aumentou depois que vários dissidentes e jornalistas presos na Rússia foram transferidos de suas celas para locais desconhecidos.
Entre eles está o veterano ativista de direitos humanos Oleg Orlov, que também deve estar entre os libertados.
Embora transferências secretas de prisões sejam comuns na Rússia, o “desaparecimento” múltiplo de prisioneiros conhecidos era incomum.
Indultos
O presidente russo, Vladimir Putin, assinou decretos para conceder indultos aos cidadãos americanos e outros presos na Rússia, na troca de prisioneiros desta quinta-feira (1º), de acordo com o Kremlin.
Os decretos perdoaram os americanos Evan Gershkovich, Paul Whelan, Alsu Kurmasheva e o residente permanente Vladimir Kara-Murza.
Putin também perdoou os cidadãos alemães Kevin Lick, Demuri (Dieter) Voronin, Lilia Chanysheva, Vadim Ostanin, Ksenia Fadeeva, Alexandra Skochilenko, Ilya Yashin, Andrei Pivovarov e Oleg Orlov.
“A decisão de assinar os decretos foi tomada com o objetivo de devolver os cidadãos da Federação Russa que foram detidos e presos no território de Estados estrangeiros”, destacou o comunicado do governo russo.
Fontes: BBC/Reuters/CNN
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