Quando o mar cresce em Teahupoo, todos os surfistas sabem que o cara a ser batido é Gabriel Medina. Gabriel Medina atravessou um tubo azul gigante e conquistou a maior pontuação da competição olímpica de surfe até agora. Logo no início da bateria, Medina tirou uma nota 9.90, ditou o ritmo da disputa e avançou às quartas de final com facilidade.
A decisão de realizar o evento de surfe no recife perfeito de Teahupo’o foi inspirada, pois uma sólida ondulação de sudoeste surgiu e uma tempestade prevista durou tempo suficiente para completar a terceira rodada masculina.
Teahupo’o, que pode ser traduzido livremente como “Muro de Caveiras”, em homenagem a uma lenda local macabra, realmente mostrou seus dentes depois de dois dias de condições mais favoráveis aos surfistas.
Aqueles que acertaram foram “cuspidos” para fora dos tubos assustadores, envoltos em rajadas de jatos de mangueira de incêndio. Quedas horrendas, pranchas quebradas e resgates de jet ski seguiram para aqueles que erraram.
Outro brasileiro que mostrou domínio total na onda foi João Chianca. O jovem surfista desbancou o marroquino Ramzi Boukhiam e vai enfrentar Gabriel na próxima fase em um confronto 100% brasileiro.
Tatiana Weston-Webb, Luana Silva e Tainá Hinckel, que disputariam no feminino nesta segunda, tiveram a bateria adiada. Já Filipe Toledo foi eliminado para o japonês Reo Inaba e se despediu das Olimpíadas.
Medina em ação no Taiti. Foto: Reuters
“Eu nunca imaginei que poderíamos pegar ondas como essas nas Olimpíadas”, disse Medina. “Eu me sinto confortável quando as ondas estão boas e, enquanto estiver assim, é bom para todos… Hoje foi um bom dia, com certeza”.
‘Simplesmente insano’
O taitiano Kauli Vaast, surfando pela França, país anfitrião, estava extasiado. “Foi simplesmente perfeito”, disse Vaast, que teve mais do que sua cota de ondas de cair o queixo em “The End of the Road”, como Teahupo’o também é conhecido. “Há algumas ondas de 10 pés, perfeitas de 10 pés surgindo, vento offshore, dois caras lá fora, lindos dias ensolarados – simplesmente insano”.
João Chianca disputa bateria espetacular com marroquino e avança
João Chianca nas oitavas do surfe, Paris 2024. Foto: Reuters
O brasileiro não teve um trabalho fácil pela frente. Enfrentou o marroquino Ramzi Boukhiam bem em um momento que o mar ficou perfeito. Na hora da bateria, não tinha uma gota fora do lugar. Ondas de sonho para os surfistas, e o João Chianca mostrou que tem muita atitude e técnica quando o assunto é tubo para a esquerda.
O jovem brasileiro avança na competição e vai pegar Gabriel Medina nas quartas de final.
Chianca quase morreu após uma surra brutal no Havaí em dezembro passado, sendo arrastado inconsciente para fora da água e perdendo o circuito profissional deste ano.
Fonte: Agência Reuters/ge
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