Reconhecimento: Dez pesquisadores brasileiros são eleitos para a Academia Mundial de Ciências

Dez cientistas brasileiros estão entre os 74 novos membros da Academia Mundial de Ciências para o Avanço da Ciência nos Países em Desenvolvimento (TWAS, na sigla em inglês). Os pesquisadores tomarão posse a partir de 1⁰ de janeiro de 2025.

Dos 74 eleitos como membros titulares da TWAS, 24 são mulheres. Entre eles, está a paulista Maria Aparecida Soares Ruas, diretora da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM) e professora sênior do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (ICMC-USP).

Em 2008, a pesquisadora tornou-se integrante titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC).

“Confesso que ter sido indicada e eleita para a TWAS, que engloba cientistas de mais de 100 países, foi uma grande surpresa. É uma honra muito grande fazer parte de um grupo tão seleto de brasileiras. Uma distinção que me deixa muito feliz e realizada”, declarou Cidinha, como também é chamada.

A matemática de 76 anos é uma das referências em Teoria de Singularidades. Atualmente, suas principais contribuições ao tema referem-se à Classificação Topológica e Diferenciável de Singularidades, e às aplicações desta teoria à Geometria Genérica.

Como um membro é escolhido

A eleição de um pesquisador é baseada na sua contribuição para o avanço da ciência em um país em desenvolvimento e ocorre em várias etapas.

Um membro titular da academia deve sugerir nomes durante o mandato, que na sequência passam por uma comissão. Este time seleciona os cientistas indicados ao grupo majoritário. Por fim, todos os membros titulares votam para selecionar aqueles que se tornarão membros da TWAS.

“A desigualdade de gênero na matemática brasileira foi um problema ignorado, eu diria, por anos e anos. Mas nas últimas décadas a gente tem acompanhado diversas iniciativas para atrair mais mulheres para a área. Nesse contexto, as trajetórias de pesquisadoras que alcançam sucesso em suas carreiras podem, sim, inspirar jovens e trazer mais mulheres para a área”, analisou a acadêmica.