Rio Novo do Sul recebe a exposição “Do Passado ao Horizonte: 150 Anos de Travessias”, que fala sobre a chegada da imigração italiana no Espírito Santo. A abertura oficial acontece neste sábado (30), às 9h , no Teatro Municipal Ivo Mameri.
O projeto é uma parceria entre o Arquivo Público do Estado do Espírito Santo (APEES) e a Associação Comunità Italiana e conta com recursos da Lei de Incentivo à Cultura (LICC) e o Grupo Águia Branca. Para sua execução, contou com uma equipe técnica multidisciplinar, com a participação de historiadores, fotógrafos, artista plástico e designer gráfico.
A exposição
A exposição é dividida em quatro tempos distribuídos em 20 lâminas de tecido, no tamanho de 1,80mx90cm, que retratam as motivações da emigração dentro do processo de Unificação Italiana, a viagem dos migrantes, o contato com o Novo Mundo e as perspectivas de futuro. Os tempos foram identificados como a “Origem”, a “Travessia”, o “Brasil” e o “Futuro”. Para aumentar seu alcance, foram impressas 22 cópias e entregues às associações italianas em atividade, de diferentes municípios, que terão a responsabilidade de expô-las em datas a serem definidas.
Momentos históricos
O processo imigratório italiano em massa para o Brasil teve início em fevereiro de 1874, há 150 anos, com a chegada da Expedição Tabacchi à baía de Vitória, no dia 17 de fevereiro. O Brasil é atualmente o segundo país com o maior número de descendentes de italianos do mundo (cerca de 30 milhões) e a maioria está nas regiões Sul e Sudeste. O Espírito Santo foi a principal porta de entrada deles.
A migração foi o resultado de um processo mais longo de Unificação Italiana, concluído em 1871. Antes disso, a Península Itálica era formada por reinos, ducados, repúblicas, principados e cidades muito diferentes, cada um com suas leis, moeda, tradições, dialetos e costumes.
Durante e após os conflitos, a fome e a pobreza, juntamente com a falta de trabalho, desencadearam um intenso processo de migração dentro do território e fluxos de emigração para outros países, principalmente Estados Unidos, Brasil e Argentina. O contexto histórico pós unificação era de crise e desagregação, tanto nos campos quanto nas cidades. Como em toda zona de tensão militar, os movimentos populacionais, com fugitivos, refugiados e combatentes, eram constantes em toda a Itália.
“A exposição que preparamos conseguiu trazer para as telas uma demonstração muito bonita e forte de diferentes períodos históricos. Será emocionante, especialmente para os descendentes dessa história relembrarem o que eles viveram ou ouviram de seus familiares”, reforça o curador Cilmar Franceschetto.
Para a presidente da Associação Comunità Italiana, Rosa Maioli, a realização da exposição tem grande importância para a preservação da memória e identidade dos descendentes de italianos.
Fonte: Assessoria Apees/Jória Motta Scolforo
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