A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou, na segunda-feira (29), que a escassez global no ano passado de medicamentos populares para diabetes que também são usados para perda de peso, como os da Novo Nordisk, Ozempic, estava associado a relatos crescentes de suspeitas de falsificação.
A organização afirmou que versões falsas dos medicamentos, que pertencem a uma classe chamada agonistas do GLP-1, são mais frequentemente vendidas e distribuídas através de meios de comunicação não regulamentados, incluindo plataformas de redes sociais, e acarretam sérios riscos para a saúde.
“Sabe-se que os produtos médicos falsificados não têm eficácia e/ou causam reações tóxicas”, afirmou a OMS, acrescentando que os medicamentos podem ter sido produzidos em condições anti-higiênicas por pessoal não qualificado e estar contaminados com bactérias.
A demanda explosiva por Ozempic e medicamentos similares aprovados para perda de peso, incluindo o da Eli Lilly, Zepbound e Mounjaro e Wegovy da Novo alimentaram um crescente mercado global de versões falsificadas.
Três pessoas procuraram tratamento médico para níveis perigosamente baixos de açúcar no sangue nos EUA em 2023, após tomarem versões suspeitas de Ozempic falsas, informou a Reuters na semana passada.
As autoridades de saúde austríacas e libanesas também relataram no ano passado que várias pessoas sofreram crises de hipoglicemia após tomarem Ozempic falso, algumas das quais foram hospitalizadas.
Os agonistas do GLP-1, que foram desenvolvidos inicialmente para tratar o diabetes tipo 2, reduzem o desejo por comida e fazem com que o estômago esvazie mais lentamente. Foi demonstrado em ensaios clínicos que ajudam os pacientes a perder 15% a 20% do peso corporal.
Em 2023, a procura nos EUA ultrapassou a oferta dos medicamentos Novo e Lilly da classe GLP-1, uma tendência que deverá continuar à medida que as empresas trabalham para expandir a capacidade de produção.
O CEO da Lilly, David Ricks, disse este mês que o fornecimento de Zepbound da farmacêutica pode não ser suficiente para atender à demanda este ano. A Novo Nordisk disse em agosto que as restrições aos fornecimentos de Wegovy provavelmente se estenderiam até 2024.
A Food and Drug Administration dos EUA ainda tem a maioria das dosagens de Wegovy listadas como em falta. A agência também incluiu uma dose do medicamento para diabetes da Lilly, Mounjaro, que tem o mesmo ingrediente ativo do Zepbound, em sua lista de escassez.
A OMS afirmou que a escassez prolongada destes medicamentos e o aumento da circulação de versões falsas provavelmente terão um efeito desproporcional nos pacientes com diabetes tipo 2.
Aconselhou os compradores a comprarem seus medicamentos através de fornecedores autorizados e regulamentados e aos profissionais de saúde a cumprirem as boas práticas de prescrição e distribuição.
Fonte: Agência Reuters
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