Cerca de 800 mil pessoas em uma cidade sudanesa estão em “perigo extremo e imediato” à medida que o agravamento da violência avança e ameaça “desencadear conflitos intercomunitários sangrentos em todo Darfur”, alertaram altos funcionários da ONU ao Conselho de Segurança, na sexta-feira (19).
A guerra eclodiu no Sudão há um ano entre o exército sudanês (SAF) e as Forças Paramilitares de Apoio Rápido (RSF), criando a maior crise de deslocamento do mundo.
A chefe de assuntos políticos da ONU, Rosemary DiCarlo, disse ao Conselho de Segurança de 15 membros que os confrontos entre a RSF e os membros das Forças Conjuntas de Proteção alinhados com a SAF estavam se aproximando de El Fasher, a capital do Norte de Darfur.
“Os combates em El Fasher podem desencadear conflitos intercomunitários sangrentos em todo o Darfur”, disse DiCarlo, repetindo uma advertência do secretário geral da ONU, António Guterres, na segunda-feira (15).
A ONU afirmou que quase 25 milhões de pessoas, metade da população do Sudão, precisam de ajuda e cerca de 8 milhões fugiram das suas casas.
“A violência representa um perigo extremo e imediato para os 800 mil civis que residem em El Fasher”, disse o diretor de operações de ajuda da ONU, Edem Wosornu.
“E corre o risco de desencadear mais violência noutras partes de Darfur – onde mais de 9 milhões de pessoas necessitam urgentemente de assistência humanitária”, disse ela.
Uma autoridade global apoiada pelas Nações Unidas em matéria de segurança alimentar disse, no final do mês passado, que é necessária uma ação imediata para “prevenir a morte generalizada e o colapso total dos meios de subsistência e evitar uma crise de fome catastrófica no Sudão”.
Os doadores prometeram mais de 2 milhões de dólares para o Sudão, devastado pela guerra, numa conferência em Paris, na segunda-feira (15).
Fonte: Agência Reuters
Comente este post